Segundo o Frei Vicente do Salvador (1982, p. 84): “É este gentil naturalmente tão belicoso que todo o seu cuidado é como farão guerra a seus contrários. E sobre isso se ajuntam no terreiro da aldeia com o principal dela, os principais das casas e outros índios discretos, a conselho, onde depois de assentados nas suas redes, que pera isto armam em umas estacas, e quieto o rumor dos mais que se ajuntam a ouvir, porque é a gente que em nenhuma coisa tem segredo, propõe o maioral sua prática a que todos estão mui atentos, e como se acaba, respondem os antigos cada um per si, até que vêm a concluir no que hão de fazer, brindando-se entretanto algumas vezes com o fumo da erva santa, que eles tem por cerimônia grave. E, se concluem que a guerra se faça, mandam logo que se fala muita farinha de guerra e que se apercebam de arcos e frechas e alguns paveses ou rodelas e espadas de paus tostados”. VICENTE do SALVADOR, Frei. História do Brasil: 1500-1627. Belo Horizonte: Editora Itatiaia, 1982. Tomando por base a leitura, a interpretação do documento e as reflexões acerca dos costumes gentílicos durante a América Portuguesa, analise as afirmações abaixo: I – Os indígenas consideravam a guerra uma luta e um ritual. Não tinham o objetivo de escravizar os vencidos ou exigir o pagamento de tributos, nem mesmo tomar suas terras. II – Os naturais da terra tratavam muito bem seus prisioneiros de guerras. Assegurando ao prisioneiro moradia, alimentação e até uma companheira durante sua estadia na tribo inimiga. III – Os inimigos capturados eram levados para os núcleos urbanos para serem negociados como escravos dos portugueses. Em troca os guerreiros conseguiam armas, munições e o direito a liberdade. IV – A guerra, além de vingar o ente querido e preservar sua memória, também representava uma forma de amadurecimento, respeito e bravura do indígena mediante os outros membros da tribo. É correto apenas o que se lê em: Alternativas Alternativa 1: I e II. Alternativa 2: III e IV. Alternativa 3: I, II e III. Alternativa 4: I, II e IV. Alternativa 5: II, III e IV.
Soluções para a tarefa
I – Os indígenas consideravam a guerra uma luta e um ritual. Não tinham o objetivo de escravizar os vencidos ou exigir o pagamento de tributos, nem mesmo tomar suas terras.
Falso. Por vezes as guerras acabavam na aquisição de escravos e na tomada de recursos e terras. O documento não permite tal conclusão.
II – Os naturais da terra tratavam muito bem seus prisioneiros de guerras. Assegurando ao prisioneiro moradia, alimentação e até uma companheira durante sua estadia na tribo inimiga.
Falso. Embora isso pudesse ocorrer, era apenas a parte inicial do ritual que poderia acabar, por vezes, na morte e posterior canibalismo do inimigo morto. Todavia, a partir do documento não é possível retirar esta informação.
III – Os inimigos capturados eram levados para os núcleos urbanos para serem negociados como escravos dos portugueses. Em troca os guerreiros conseguiam armas, munições e o direito a liberdade.
Falso. Não é possível retirar estas informações do documento apontado, embora por vezes indígenas vendessem seus inimigos aos portugueses.
IV – A guerra, além de vingar o ente querido e preservar sua memória, também representava uma forma de amadurecimento, respeito e bravura do indígena mediante os outros membros da tribo.
Correto. A guerra era um sinal de bravura, como é possível perceber pelo trecho apontado.
Veja que nenhuma resposta corresponde ao que foi indicado anteriormente, todavia, não é possível inferir as outras respostas a partir do texto fornecido, coisa que é solicitada pelo enunciado. Sugiro que questione seu professor/a sobre o tema para entender a questão.
I, II e IV.