segundo João Cândido,por que ele foi internado num hospício ?
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JOÃO CÂNDIDO
(1880–1969)
João Cândido Felisberto nasceu no Rio Grande do Sul, em 1880. Filho de ex-escravos, aos 14 anos entrou para a Marinha, instituição que na época era composta por 50% de negros, 30% de mulatos, 10% de caboclos e 10% de brancos. A maioria dos marinheiros, assim, era composta por homens pobres, geralmente filhos de escravos, que recebiam salários irrisórios e eram constantemente humilhados. Os castigos físicos haviam sido abolidos no Exército em 1890, mas na Marinha persistia a aplicação de chibatadas, que recaíam principalmente sobre os marujos, pois ocupavam a base da hierarquia militar.
João Cândido entrou para a História como líder da Revolta da Chibata, ocorrida em 1910, contra os castigos físicos impostos aos marinheiros. Por conta deste evento, foi apelidado de Almirante Negro.
Na noite de 22 de novembro de 1910, o marinheiro Marcelino Rodrigues de Menezes foi condenado ao castigo. Logo no início o rapaz desmaiou, mas continuou a receber as chibatadas. O fato fez com que centenas de marinheiros se rebelassem. A insurreição, liderada por João Cândido, começou a bordo do Minas Gerais, mas atingiu outros navios, que tiveram seus comandantes destituídos. Horas depois, cerca de dois mil marinheiros tinham sob seu comando os principais navios de guerra da esquadra, mantendo os canhões apontados para o Rio de Janeiro, então capital da República. Eles exigiam o fim dos castigos corporais na Marinha.
Com receio das conseqüências da revolta, o presidente Hermes da Fonseca atendeu aos pedidos dos marujos, pois o pânico já havia levado milhares de habitantes a fugir da cidade. No entanto, assim que os rebeldes se entregaram com a promessa de anistia no dia 25 de novembro, o governo decretou suas expulsões da Marinha. Dezoito líderes foram para uma solitária no Batalhão Naval na Ilha das Cobras, no Rio. Apenas João Cândido e um companheiro saíram vivos. Os outros 16 marinheiros morreram sufocados, pois a prisão era lavada com uma solução de água e cal – quando a água evaporava, o cal penetrava nos pulmões dos marinheiros, matando-os.
João Cândido foi banido da Marinha e chegou a ser internado em um hospício. Foi absolvido, mas nunca deixou de ser vigiado pela polícia, até mesmo em seu enterro. Teve 12 filhos, em quatro casamentos. Nunca mais conseguiu arrumar emprego fixo e passou o resto da vida trabalhando como estivador na Praça XV, no Rio de Janeiro, e fazendo biscates. Morreu em 1969, aos 89 anos, no anonimato.
No começo da década de 70, João Bosco e Aldir Blanc homenagearam João Cândido Felisberto com o samba O Mestre-sala dos mares. A história do Almirante Negro e da Revolta da Chibata ainda fazia eco nos círculos militares. A música acabou sendo vetada pela censura por trazer à tona um assunto proibido pelas Forças Armadas.
(1880–1969)
João Cândido Felisberto nasceu no Rio Grande do Sul, em 1880. Filho de ex-escravos, aos 14 anos entrou para a Marinha, instituição que na época era composta por 50% de negros, 30% de mulatos, 10% de caboclos e 10% de brancos. A maioria dos marinheiros, assim, era composta por homens pobres, geralmente filhos de escravos, que recebiam salários irrisórios e eram constantemente humilhados. Os castigos físicos haviam sido abolidos no Exército em 1890, mas na Marinha persistia a aplicação de chibatadas, que recaíam principalmente sobre os marujos, pois ocupavam a base da hierarquia militar.
João Cândido entrou para a História como líder da Revolta da Chibata, ocorrida em 1910, contra os castigos físicos impostos aos marinheiros. Por conta deste evento, foi apelidado de Almirante Negro.
Na noite de 22 de novembro de 1910, o marinheiro Marcelino Rodrigues de Menezes foi condenado ao castigo. Logo no início o rapaz desmaiou, mas continuou a receber as chibatadas. O fato fez com que centenas de marinheiros se rebelassem. A insurreição, liderada por João Cândido, começou a bordo do Minas Gerais, mas atingiu outros navios, que tiveram seus comandantes destituídos. Horas depois, cerca de dois mil marinheiros tinham sob seu comando os principais navios de guerra da esquadra, mantendo os canhões apontados para o Rio de Janeiro, então capital da República. Eles exigiam o fim dos castigos corporais na Marinha.
Com receio das conseqüências da revolta, o presidente Hermes da Fonseca atendeu aos pedidos dos marujos, pois o pânico já havia levado milhares de habitantes a fugir da cidade. No entanto, assim que os rebeldes se entregaram com a promessa de anistia no dia 25 de novembro, o governo decretou suas expulsões da Marinha. Dezoito líderes foram para uma solitária no Batalhão Naval na Ilha das Cobras, no Rio. Apenas João Cândido e um companheiro saíram vivos. Os outros 16 marinheiros morreram sufocados, pois a prisão era lavada com uma solução de água e cal – quando a água evaporava, o cal penetrava nos pulmões dos marinheiros, matando-os.
João Cândido foi banido da Marinha e chegou a ser internado em um hospício. Foi absolvido, mas nunca deixou de ser vigiado pela polícia, até mesmo em seu enterro. Teve 12 filhos, em quatro casamentos. Nunca mais conseguiu arrumar emprego fixo e passou o resto da vida trabalhando como estivador na Praça XV, no Rio de Janeiro, e fazendo biscates. Morreu em 1969, aos 89 anos, no anonimato.
No começo da década de 70, João Bosco e Aldir Blanc homenagearam João Cândido Felisberto com o samba O Mestre-sala dos mares. A história do Almirante Negro e da Revolta da Chibata ainda fazia eco nos círculos militares. A música acabou sendo vetada pela censura por trazer à tona um assunto proibido pelas Forças Armadas.
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