segundo Foucault o que o método de ciências humanas deve levar em consideração?
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Resposta:
você não pode julgar as pessoas por cor da pele Nunca na vida passa isso porque isso é um racismo que ninguém perdoa
Resposta:
vezes, entre 1965 e 1976. A primeira, em razão de um convite do Departamento de Filosofia da antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, iniciativa de um docente, Gérard Lébrun, que havia sido seu aluno. Na época, era quase desconhecido no milieu acadêmico brasileiro, cujo debate intelectual gravitava em torno das diferentes correntes do marxismo. Veio para ministrar curso sobre obra que se encontrava no prelo, As palavras e as coisas (1966).1 Retornou ao Brasil em 1973, para um ciclo de cinco conferências na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro,2 e no ano seguinte, para novas conferências no Instituto de Medicina Social, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Em 1975, a convite da USP e por iniciativa de José Augusto Guillhon de Albuquerque, veio dar um curso sobre Vigiar e punir, infelizmente não concluído.3 Pouco tempo depois, mas já no ano seguinte, retornou para outro ciclo de conferências em Salvador, Recife e Belém, sem que o mal-estar entre o intelectual e as autoridades brasileiras, decorrente de seu protesto contra a morte do jornalista Vladimir Herzog, se tivesse dissipado.
Não é preciso dizer que a presença de Michel Foucault na universidade brasileira sempre foi objeto de enorme curiosidade e inquietação intelectuais. Afinal, ele era, tal como outros intelectuais franceses - Sartre e Aron, para lembrar alguns dos mais notórios - o que hoje se reconhece como intelectual público, personagem não apenas voltado para a discussão de questões sociais e políticas contemporâneas, mas também capaz de aliar atividade intelectual e militância política. A título de exemplo, basta lembrar sua inserção e as inúmeras iniciativas no Group d'Information sur les Prisons - GIP ou um curto texto, publicado originalmente em Libération, em 1984, no qual afirmava: "existe uma cidadania internacional que tem seus direitos, que tem seus deveres e que engaja contra todo abuso de poder, qualquer que seja seu autor, quaisquer que sejam as vítimas. Antes de tudo, somos todos governados e, nesta medida, solidários" (Foucault, 1994: 707-708).4 Não sem motivos, Foucault reconhece no domínio dos direitos humanos esse tipo de cidadania internacional cujos exemplos são tomados de organizações como Anistia Internacional, Terra dos Homens e Médicos sem Fronteiras.
Não foi de menor impacto a chegada ao mercado editorial brasileiro da tradução de Vigiar e punir, em 1977 pela Editora Vozes, curiosamente com o subtítulo "história da violência nas prisões", inexistente no original francês, cujo subtítulo é "o nascimento da prisão". As pesquisas de Foucault sobre prisões, manicômios, medicina social, políticas de saúde, sexualidade, loucura, cidades, formas múltiplas de controle social logo pareceram oferecer elementos explicativos poderosos e inovadores para dar conta das singularidades daqueles que justamente pareciam não ter história: delinquentes, loucos e todos os internados em instituições de contenção social, prostitutas, crianças abandonadas, mendigos, dependentes de drogas. Mais do que isso, as investigações históricas de Foucault prestavam-se a iluminar a natureza opressiva e cruel das instituições violentas de contenção e reparação da ordem pública, ao substituir o recurso a outros modelos de interpretação e explicação ancorados seja no reconhecimento da anomia dos arranjos institucionais ou da existência de conflitos de classe encastelados naquelas instituições. Como essas perspectivas ofereciam mais problemas do que soluções, as assertivas de Foucault vieram preencher lacunas teóricas e oferecer hipóteses para investigação empírica.5