Se o homem no estado de natureza é tão livre, conforme dissemos, se é senhor absoluto da sua própria pessoa e posses, igual ao maior e a ninguém sujeito, por que abrirá ele mão dessa liberdade, por que abandonará o seu império e sujeitar-se-á ao domínio e controle de qualquer outro poder? Ao que é óbvio responder que, embora no estado de natureza tenha tal direito, a fruição do mesmo é muito incerta e está constantemente exposta à invasão de terceiros porque, sendo todos reis tanto quanto ele, todo homem igual a ele, e na maior parte pouco observadores da equidade e da justiça, a fruição da propriedade que possui nesse estado é muito insegura, muito arriscada. Estas circunstâncias obrigam-no a abandonar uma condição que, embora livre, está cheia de temores e perigos constantes; e não é sem razão que procura de boa vontade juntar-se em sociedade com outros que estão já unidos, ou pretendem unir-se, para a mútua conservação da vida, da liberdade e dos bens a que chamo de “propriedade”. LOCKE, J. Segundo Tratado Sobre o Governo, São Paulo: Abril Cultural, 1983, p. 82. Considerando as ideias de Locke expostas no texto acima, assinale a alternativa correta.Leitura Avançada A) A propriedade surge com a criação da sociedade. B) No estado de natureza, o homem é livre, mas, desigual. C) O direito de propriedade é compatível com a sociedade. D) Devido à insegurança, os homens optam por viver sem direitos. E) A efetivação do direito de propriedade requer um poder absoluto.
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Resposta:
alternativa c
Explicação:
a) falsa. Locke utiliza da construção da sociedade para desenvolver o conceito de propriedade, mas não demarca nela seu marco inicial.
b) pseudo-verdadeira. Locke trabalha com a premissa que é justamente a igual liberdade dos outros que põe em risco a fruição da individual.
d) falso. a ideia proposta é justamente o oposto
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