ENEM, perguntado por maryjulinhaliap, 1 ano atrás

Se naquele instante – refletiu Eugênio – caísse na Terra um habitante de Marte, havia de ficar embasbacado ao verificar que num dia tão maravilhosamente belo e macio, de sol tão dourado, os homens em sua maioria estavam metidos em escritórios, oficinas, fábricas... E se perguntasse a qualquer um deles: "Homem, por que trabalhas com tanta fúria durante todas as horas de sol?" – ouviria esta resposta singular: "Para ganhar a vida". E, no entanto a vida ali estava a se oferecer toda, numa gratuidade milagrosa. Os homens viviam tão ofuscados por desejos ambiciosos que nem sequer davam por ela. Nem com todas as conquistas da inteligência tinham descoberto um meio de trabalhar menos e viver mais. Agitavam-se na Terra e não se conheciam uns aos outros, não se amavam como deviam. A competição os transformava em inimigos. E havia muitos séculos, tinham crucificado um profeta que se esforçava por lhes mostrar que eles eram irmãos, apenas e sempre irmãos.VERÍSSIMO, E. Olhai os lírios do campo. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.No trecho do romance de Érico Veríssimo, o cotidiano do ser humano é visto de forma crítica pela personagem, cuja reflexão se baseiaa) na indiferença do homem à sua espiritualidade, evidenciada pela crucificação do profeta.b) na contradição, concebida pelo homem, entre “ganhar a vida” e sua “gratuidade milagrosa”.c) no distanciamento entre inteligência e qualidade de vida, produzido pelo conhecimento.d) na jornada de trabalho “durante todas as horas de sol”, consequência do capitalismo.e) na exaustão dos homens, preocupados somente com os ganhos materiais.

Soluções para a tarefa

Respondido por gioferreira18
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c) no distanciamento entre inteligência e qualidade de vida, produzido pelo conhecimento
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