" se considerássemos apenas a métrica poderíamos incluir o poema de Sá de Miranda no classicismo renascentista "
ALGUÉM SABE? urgente.
Soluções para a tarefa
Pode sim! vamos fazer uma comparação entre uma poesia de Sá e Miranda e Camões (ícone do classicismo)
O Sol é Grande
O sol é grande, caem co’a calma as aves,
do tempo em tal sazão, que sói ser fria;
esta água que d’alto cai acordar-m’-ia
do sono não, mas de cuidados graves.
Ó cousas, todas vãs, todas mudaves,
qual é tal coração qu’em vós confia?
Passam os tempos vai dia trás dia,
incertos muito mais que ao vento as naves.
Eu vira já aqui sombras, vira flores,
vi tantas águas, vi tanta verdura,
as aves todas cantavam d’amores.
Tudo é seco e mudo; e, de mestura,
também mudando-m’eu fiz doutras cores:
e tudo o mais renova, isto é sem cura!
-Sá de Miranda
Amor é fogo que arde sem se ver
Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor
- Luís Vaz de Camões
Perceba a métrica similar no uso dos sonetos (4 estrofes as duas primeiras com 4 versos e duas últimas com 3 versos) enquanto ao esquemas de rimas se vê também uma semelhança uma vez que ambos usam o esquema de rimas ABBA ou interpoladas/intercaladas.