Question

[...] Saúdo-te, Walt, saúdo-te, meu irmão em Universo,
Eu, de monóculo e casaco exageradamente cintado,
Não sou indigno de ti, bem o sabes, Walt,
Não sou indigno de ti, basta saudar-te para o não ser...
Eu tão contíguo à inércia, tão facilmente cheio de tédio,
Sou dos teus, tu bem sabes, e compreendo-te e amo-te,
E embora te não conhecesse, nascido pelo ano em que morrias,
Sei que me amaste também, que me conheceste, e estou contente.
Sei que me conheceste, que me contemplaste e me explicaste,
Sei que é isso que eu sou, quer em Brooklyn Ferry dez anos antes de eu nascer,
Quer pela Rua do Ouro acima pensando em tudo que não é a Rua do Ouro,
E conforme tu sentiste tudo, sinto tudo, e cá estamos de mãos dadas,
De mãos dadas, Walt, de mãos dadas, dançando o universo na alma. [...]

PESSOA, F. Obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.

Tomando por base a obra completa de Pessoa, pode-se concluir que o poema “Saudação a Walt Whitman” foi publicado em


a) Mensagem.

b) Cancioneiro.

c) Poemas completos de Alberto Caeiro.

d) Odes de Ricardo Reis.

e) Poesias de Álvaro de Campos.

Answer 1

Acho que a letra (b) pois é a que faz mas sentido

Answer 2

Resposta: E) Poesias de Álvaro de Campos

Explicação: Os versos livres de inspiração futurista são típicos da segunda fase da poesia do engenheiro Álvaro de Campos, o mais bem acabado dos heterônimos pessoanos.