saúde mental pós pandemia impacto social??
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Resposta:
Nunca se falou tanto a respeito de saúde mental como nos últimos meses. Com a pandemia de Covid, enquanto as atenções de alguns se voltam para os impactos na economia, outros refletem e se preocupam com a saúde mental de todos, tão ou mais impactada quanto qualquer setor do país. Uma quarentena que mais parece uma guerra infinita, em que todos, de repente, se viram obrigados a ficar trancados em casa, alternando entre preocupações como o sustento da família, inúmeros protocolos sanitários ou mesmo a sobrevivência.
Enquanto profissionais de saúde se desdobram tentando socorrer a todos – muitos inclusive perdendo suas vidas no processo – o mundo procura uma vacina para tentar amenizar tanta insegurança e sofrimento.
Especialistas em psicoterapia e desenvolvimento humano relatam que a pandemia trouxe uma espécie de “estado de angústia coletivo”, um pânico generalizado que se manifesta não só em pessoas que já faziam algum tipo de acompanhamento psicológico, mas até mesmo em pessoas definidas por eles como funcionais. Apatia, irritabilidade, distúrbios de apetite, insônia e até déficit de atenção são sintomas cada vez mais corriqueiros, efeitos decorrentes do desespero e da impotência perante um inimigo invisível chamado Coronavírus.
Ansiedade e depressão triplicaram em relação ao período pré-pandemia. Passaram a ser cada vez mais comuns e flagrantes mundo afora, e parecem se espalhar tanto quanto a pandemia. A sensação é de cansaço: cansamos de nos esconder, de usar máscara, de não poder abraçar, beijar, tocar, sentir, e tantas outras coisas que já foram pequenas, mas cuja ausência maximiza ainda mais o sofrimento.
E no meio dessa confusão toda, alguns grupos se expõem ainda mais aos riscos de dano psicológico relacionado à Covid-19: os profissionais de saúde que, além de arriscarem todos os dias a própria vida e a de seus familiares, ainda lidam com as consequências de cargas de trabalho exorbitantes e a insuficiência constante de recursos, que várias vezes lhes impõe a pressão de decisões de vida ou morte, colocando em cheque também seu lado emocional.