Ed. Física, perguntado por ericaalve, 7 meses atrás

São Paulo, 7 h 30 min da manhã. Uma multinacional americana vai selecionar candidatos para estágio, com remuneração de 1.600 reais por mês. A vaga é uma só e os candidatos são vinte, todos eles com curso universitário, conhecimentos de informática e inglês fluente. Os vinte jovens estão reunidos numa sala quando entra o encarregado da seleção. — Quem leu os jornais de hoje? — pergunta ele. Três levantaram a mão. Sem qualquer hesitação, o encarregado do teste manda os três ficarem e dispensa os outros dezessete antes mesmo de olhar seus currículos ou de falar com eles. É como ser nocauteado no primeiro assalto. A história é contada pelos consultores Luiz Carlos Cabrera e Guilherme Velloso, do escritório de recolocação de executivos PMC-Amrop, que assessora a empresa, e mostra como mudaram os critérios para avaliar o candidato a um bom emprego. O mercado de trabalho não é mais o mesmo, esse é o fenômeno. Num cenário em que há mais candidatos do que vagas disponíveis, ele foi dominado por um darwinismo econômico em sua expressão mais avançada. Competição é o mandamento principal desse processo. O mais ágil engole o mais lento e não há muito o que se possa fazer, a não ser exercitar a musculatura para a briga. Muita gente ainda não sentiu o soco da mudança, mas pode recebê-lo a qualquer momento. Para não beijar a lona, é preciso entender o que está acontecendo. Cutucadas pela concorrência internacional causada pela abertura econômica, as empresas brasileiras modernizam-se a passo de ganso. Precisam sobreviver à invasão de produtos asiáticos, americanos, argentinos. Precisam também competir no mercado internacional. Faz parte desse esforço de sobrevivência exigir mais, muito mais, da mão-de-obra que empregam. Querem que o operário tenha 2º grau. Estão demitindo vendedores com treinamento inadequado. Precisam de secretárias que funcionem como máquinas de decisão. A virada é radical, e ninguém escapa. Para os cargos mais qualificados, já não bastam os quinze anos de estudo que dão acesso ao título de bacharel, nem as horas noturnas gastas em aulas de inglês. Além desses conhecimentos, que se transformaram em requisitos triviais, as companhias querem gente bem informada, que tenha flexibilidade para trabalhar em áreas diferentes e saiba resolver problemas antes mesmo que eles despertem a atenção do chefe. O perfil desejado é do sujeito ambicioso, crítico, criativo, que faz com que todos se mexam à sua volta. Esse profissional de nariz empinado não deixa que uma empresa envelheça. Por essa razão ele é cobiçado. “Para os cargos bem remunerados, as companhias só contratam gente que esteja em constante evolução”, diz Simon Franco, um caçador de talentos que trabalha para grandes grupos. O tímido, o apático e o desligado estão em baixa. Atrapalham. Pessoas com boa coleção de qualidades passam com mais facilidade pelo funil da seleção. O rapaz ou a moça que acabaram de terminar a faculdade devem saber que esse funil de acesso às boas colocações ficou tremendamente estreito. Parte da moçada já tomou contato com o problema...Não faz muito tempo, o bicho-papão que ameaçava a carreira do jovem era o exame vestibular. Agora, é o departamento de RH ou a empresa encarregada de contratar. O velho hábito de procurar a empresa munido do currículo está acabando. Há um novo ritual de contrato na praça. Uma das novas modas é reunir os candidatos numa sala e promover uma sessão de debates entre eles. Quando ela termina, é escolhido aquele que foi mais claro na discussão, mais rápido nas respostas. Há um mês, a Gessy-Lever promoveu um jogo entre dez candidatos a um emprego. Esses dez já haviam passado por outras baterias de testes, que desqualificaram 2.000 pretendentes. O jogo consistia em representar a imagem da empresa usando palitos coloridos, cola, barbante e canudinhos. Os mais criativos ganharam pontos valiosos na prancheta do examinador. Na reta final da seleção, os examinadores queriam saber quem naquela sala tinha a mente mais aberta a soluções originais. O que se buscava era uma qualidade sutil, quase imponderável. Os encarregados do teste queriam saber quem, entre os candidatos, seria capaz de dar uma resposta satisfatória a um desafio novo que aparece de surpresa.... NASCIMENTO, Antenor e FERREIRA. In: Veja. São Paulo: Abril, 4 de dezembro de 1996; pp. 116 a 122 (fragmentos). Responda às questões referente o texto que acabou de ler: 01. O que significa "ser nocauteado no primeiro assalto"? *
3 pontos
a) ...ser derrubado, pois não sabiam das noticiais atuais, por isso foram eliminados da entrevista.
b) ...ser derrubado, não conseguiam responder sobre os assuntos durante a entrevista.
c) ...ser desmaiado no primeiro golpe, as respostas não eram originais.
d) N.D.A​

Soluções para a tarefa

Respondido por clarissa1082
4

Resposta:

tô com preguiça de ler ok:)

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