Santomé (2003), ao refletir sobre as formas de produção e reprodução de preconceitos, descreve as intervenções curriculares incorretas que acabam por influenciar na permanência de um currículo desigual e injusto. Vamos ao desafio! Proponha uma intervenção por meio de um trabalho com filmes ou curtas-metragens que possibilitem a desconstrução de tais práticas discriminatórias no seio escolar (que ocorrem por meio das intervenções incorretas) e que, assim, contribuam com um currículo mais justo e igualitário. Para isso, você deverá: 1) Escolher um filme ou um curta-metragem que aborde de forma crítica as mais diversas faces do preconceito, discriminação, injustiça e desigualdade. 2) Descrever a sinopse de tal filme. 3) Elencar os assuntos que poderão ser abordados com uma turma do Ensino Médio numa escola, no intuito de promover uma discussão e um trabalho curricular na perspectiva da justiça e igualdade social.
Soluções para a tarefa
Resposta:
PADRÃO DE RESPOSTA ESPERADO
1) “Que horas ela volta?”, de Anna Muylaert.
2) Depois de deixar a filha no interior de Pernambuco e passar 13 anos como babá do menino Fabinho em São Paulo, Val tem estabilidade financeira, mas convive com a culpa por não ter criado sua filha Jéssica. Às vésperas do vestibular do menino, no entanto, ela recebe um telefonema da filha que parece ser sua segunda chance. Jéssica quer apoio para vir a São Paulo prestar vestibular. Com alegria e ao mesmo tempo apreensão, Val prepara a tão sonhada vinda da filha, apoiada por seus patrões. Mas quando Jéssica chega, a convivência é difícil. Ela não age dentro do protocolo esperado para ela, o que gera tensão dentro da casa. Todos serão atingidos pela autenticidade de sua personalidade. No meio deles, dividida entre a sala e a cozinha, Val terá que achar um novo modo de vida.
3) Podem ser abordados os seguintes assuntos:
- Regionalismos e imposição de culturas umas sobre as outras: o confronto entre o Nordeste e o Sudeste do Brasil, a história de um período marcado pelo êxodo rural.
- As questões de classes: ricos e pobres — profissões de ricos e profissões de pobres.
- O Brasil segregacionista e a falsa ideia de união nacional.
- A condescendência de certa elite que acredita sinceramente ter sido feita para ocupar tal posição.
- A posição questionadora de Jéssica, funcionando como um elemento de subversão que ressalta a artificialidade daquela estrutura, que parecia natural tanto à família quanto a Val.
- A personagem de Val que incorpora a servidão como um princípio naturalizado e a da filha Jéssica que se rebela não apenas com a sua imposição, mas com a passividade da mãe em relação a ela.
- Assimetria histórica.
- Componente racial das relações patrão-empregado (brancos e parda).
- Perpetuação das relações paternalistas.
- Emancipação interrompida das mulheres: o menino mimado da casa, ter duas mães, e Jéssica, nenhuma.
- Jéssica é a antítese do que os donos da casa (e o público, a depender de onde olha) esperavam. Ela é bem articulada, segura e indisposta a convenções. É, portanto, o rosto de uma geração desapegada dos velhos comandos, sobretudo a um comando implícito ensinado pela mãe: "tem coisa que não se ensina; a gente nasce sabendo". Por exemplo, saber qual é o lugar do empregado. Aqui é Jéssica quem embaralha a ordem das coisas: ela sabe qual é o seu lugar, e ele não é num colchão novo do quartinho claustrofóbico.
- Briga por posições: as relações igualitárias determinam o momento em que ninguém servirá ninguém. Ou todos terão de servir a todos.
- Evolução histórica da tomada de consciência dos direitos: diferentemente da mãe, Jéssica pertence a um grupo mais ciente de seus direitos e desejos.
- O assédio moral e o assédio sexual, crimes acobertados e historicamente multiplicados da porta de casa para dentro.
- Abordagem de gênero: três mulheres no centro de um debate sobre emancipação e determinações patriarcais.
- Reflexão em torno da personagem de Jéssica: ver Jéssica como uma possibilidade ainda a ser alcançada: quantas delas não estão, nesse exato momento, submersas em nossas casas, em nossos trabalhos, em nossas universidades? Quantas, igualmente conscientes e rebeladas, não estão condenadas a serem Val, apesar do talento? É possível medir o quanto nossos espaços cativos seriam mais interessantes, mais diversos e mais ricos se mais pessoas como Jéssica pudessem acessá-los?
Explicação:
Resposta:
1) Curta-metragem “Ilha das Flores”, de Jorge Furtado.
2) Um tomate é plantado, colhido, transportado e vendido num supermercado, mas apodrece e acaba no lixo. Acaba? Não. O filme segue-o até seu verdadeiro final, entre animais, lixo, mulheres e crianças. E então fica clara a diferença que existe entre tomates, porcos e seres humanos.
3)
A desigualdade social
Discutir a exclusão social alarmante gerada pelo modelo capitalista.
O consumismo.
A geração de riqueza.
Explicação: