Sangrando espuma Parou de chover e a baía de Angra está deserta. A superfície do mar é lâmina mesclada de verde e cinza onde a luz do sol, refletida, cria um céu cheio de estrelas. Ao fundo, ilhas e montanhas com suas escarpas cobertas, ainda, pela vegetação atlântica, formam um degradê que se esbate em direção ao infinito. Ouço o barulho de um motor. Surge no horizonte uma pequena lancha. Corta a superfície espelhada, que sangra espuma. A princípio aquilo me agride. Mas depois reconheço que há beleza nessa intervenção do homem. São os nossos rastros.(SEIXAS, H. Contos mais que mínimos. Rio de Janeiro: Tinta Negra Bazar Editorial, 2010.) 16 - Um texto literário possibilita, na maioria das vezes, leitura polissêmica (mais de uma interpretação). Sobre leituras desse texto, assinale a que NÃO é possível.
a) Entre superfície do mar e lâmina a característica comum é a espessura; entre superfície do mar e céu, é o brilho.
b) Desde o início do conto, o eu lírico percebe que os elementos da natureza se encontram em desequilíbrio.
c) A sequência descritiva no início do conto mostra ao leitor que, antes de a lancha surgir, havia tranquilidade.
d) O atrito da lancha com a superfície do mar provoca movimentos da água, comparados a ferimentos, por isso usou-se o verbo sangrar.
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C
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