Rua de Londrina, provavelmente final dos 30 ou começo dos 40, decerto a atual Avenida Paraná. Um lamaçal com enxurrada e, claro, lá no fundo dois moleques andando na enxurrada. Um homem limpa o barro dos pés num chora-paulista.
Outro homem de roupa clara (usar roupa clara parecia até um protesto elegante contra o barro e a poeira) está na porta olhando para fora, talvez tomando coragem de enfrentar o terror daqueles tempos, a rua embarreada cheia de armadilhas. Podia-se atolar os sapatos ou perder as galochas sugadas pelo barro. Podia-se levar tombo, que a terra-vermelha é escorregadia, e sujar a roupa lavada em tanque e secada em varal quando a poeira deixava. Em todos os relatos de pioneiros, é impressionante como falam enfaticamente do barro e da poeira como flagelos diários. A mesma terra que dava a riqueza, dava o castigo. A História de Londrina pode ser poeticamente dividida em tempo da clareira (o povoado), tempo do barro, tempo do paralelepípedo e tempo do asfalto, correspondendo aos ranchos de palmito, casas de madeira, de alvenaria e finalmente concreto ou pré-moldados. Quatro estrelas na bandeira, quatro tempos na História.
(Domingos Pellegrini Junior. Jornal de Londrina, 13/5/2001, p. 3C.)
A que se refere o autor com a expressão "terror daqueles tempos"?
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melhor resposta ao lamaçal em que se transformava a cidade quando chovia.
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RESPOSTA: Um homem limpa o barro dos pés num chora-paulista.
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