Romanos eram conhecidos por serem religiosamente tolerantes e agregadores, tendendo antes a conquistarem os deuses dos inimigos para o lado de Roma com promessas de culto e construção de templos para que ficassem ao seu lado contra seus povos. Porém, em dois casos isso não deu certo: com os judeus e com os cristãos. Os primeiros tiveram seu templo e sua cidade sagrada aniquilados em 70 d.C., o que ocasionou sua diáspora. Os segundos espalharam-se pelo mundo, pelo Império, mas vivenciaram conflitos com Roma antes de se tornarem sua religião oficial. O maior deles, “A Grande Perseguição”, ocorreu durante o governo de Diocleciano (285 -305 d.C.). Diocleciano acreditava que o Império Romano e seu destino estão vinculados aos seus deuses, portanto, se os deuses não estivessem satisfeitos, não estariam ao lado de Roma. Assim sendo, a piedade (cumprimento dos deveres religiosos) para com os deuses romanos deveria ser cumprida por todos, independentemente de suas crenças e religiões. Você é um professor de História e em uma de suas aulas foi interpelado por um aluno quanto às questões de intolerância religiosa na Antiguidade Romana. Para responder ao questionamento do aluno, você pensou em abordar o tema partindo do relacionamento entre cristãos e a Roma Imperial no período de Diocleciano e Constantino. Para isso, você deverá descrever para seu aluno: a) Que motivações e legislações foram mais marcantes nos conflitos e para as relações entre cristãos e governos do Império no período entre 285 e 313 d.C.?
Soluções para a tarefa
Resposta:
Explicação:
Conflitos durante o governo do Imperador Diocleciano:
Diocleciano, imperador romano que assumiu em 285 d.C. organizando o Império e dividindo-o em um tetrarcado para melhor governar, foi um governante para quem a piedade para com os deuses romanos era fundamental para a existência e a manutenção do Império. Em princípio era tolerante, mas percebeu o crescimento da Igreja e a resistência de cristãos em cumprir os ritos determinados para com os deuses do Império. O imperador, também um deus, proclamou um édito exigindo o cumprimento da norma básica da religião romana: era necessário sacrificar aos deuses romanos e quem não o fizesse seria punido.
Desobediência ao Édito Imperial pelos cristãos:
Os cristãos, em razão de sua doutrina que considerava todos os outros deuses falsos ídolos e o sacrifício de Jesus como o último necessário à salvação, negavam-se a prestar culto e sacrificar aos deuses de Roma, criando com isso problemas de ordem religiosa e política para o Império. Cabe aqui notar que, ao desobedecer ao Édito Imperial, os cristãos tornavam o problema que inicialmente poderia ser visto como de ordem religiosa, também em problema político e militar, visto que havia cristãos no exército se negando ao cumprimento do sacrifício, importando esse ato em desobediência militar. Desobediência é algo que jamais seria admitido em um exército, menos ainda no romano.
Grande perseguição:
Por isso, em 303 a.C., Diocleciano libera um édito cujo período de vigência ficou conhecido com “A Grande Perseguição”. Por ele era ordenado perseguir, prender e até mesmo levar à pena de morte aqueles que se negassem ao sacrifício, considerando-os inimigos do Estado Romano. O édito também permitia que textos e objetos sacros fossem estruídos e bens fossem tomados aos cristãos, o que por essa época incluía muitos cidadãos romanos e alguns patrícios e equestres de grande poder, causando conflitos imensos e mortes em todo o Império, embora o édito tenha se cumprido de forma diferente conforme o local, já que nem todos os coimperadores pensavam como Diocleciano.
Disputas políticas pelo Império Romano:
Com a abdicação de Dioclecinano em 305 d.C. por motivos e doença, o Império mais uma vez ameaçou ruir e os conflitos se alastraram também rumo às disputas políticas. Essas disputas são vencidas por Constantino, que reunificou o Império. Por meio do Édito de Milão (313 d.C.), o já Imperador Constantino criou uma lei de tolerância religiosa no Império.
A História contada é que Constantino teve uma visão ou sonho com um símbolo que era usado pelos cristãos, e os colocou na bandeira e nos escudos antes da batalha, vencendo-a. Por isso, ele acaba liberando todas as religiões, para exercerem suas práticas no Império, inclusive o Cristianismo.