Roma não separou plenamente política e religião, ao contrário do que muitas vezes é imaginado por ser um ícone político da antiguidade. São eventos que corroboram a relação entre a política e a religião no mundo romano na antiguidade:
I - Segundo Tito Lívio, um dos autores que escreveu sobre as origens de Roma, a cidade foi fundada por volta do século VIII a.C. Ao contar sua história muitos séculos depois, afirma que Rômulo (de onde vem o nome da cidade) e seu irmão Remo conseguiram sobreviver às águas do Rio Tibre após terem sido colocados em um cesto para morrerem afogados ainda quando bebês. Uma loba teria feito o resgate e oferecido suas tetas docilmente para alimentá-los. Quando adultos, se vingam de Amúlio. O herói fundador teria sido filho de Réia Silva, uma sacerdotisa, e do próprio deus Marte, associado ao conflito, à guerra e às lutas de conquista.
II - O general Caio Júlio César, que invadiu a cidade de Roma com suas tropas, renovou o Senado com seus aliados e se declarou, de forma inédita, Ditador Perpétuo, assumindo o imperium por tempo indeterminado. O discurso sobre o caráter divino de Júlio César (Divus Iulius) foi longamente alimentado após sua morte, sendo inclusive sancionado por decreto do Senado romano em janeiro de 42 a.C. Em vida, após a vitória na Batalha de Farsalo (48 a.C.), César instituiu o chamado Ludi Victoriae Caesaris, uma celebração com jogos dedicada ao Templo de Vênus, deusa da qual sua família alegava descender. No ano de sua morte o festival não foi interrompido e uma situação insólita aconteceu: um cometa (cuja designação numérica é C/−43 K1), que podia ser visto mesmo durante o dia, surgiu durante os jogos e logo foi associado a uma aparição do próprio César. Esse astro ficou conhecido como Caesaris astrum (Estrela de César) e o populus romano, incluindo adversários políticos, já não era capaz de duvidar que o Ditador Perpétuo era, de fato, um deus.
III - A República, fundada por volta de 509 a.C., dividiu o governo em magistraturas que eram periodicamente renovadas. Com isso, buscava-se evitar que o poder ficasse nas mãos de apenas uma pessoa, como no tempo da Monarquia que então acabava. O Consulado era o cargo mais poderoso, razão pela qual era exercido de forma colegiada por dois sacerdotes, em igual medida, de acordo com a escolha divina de Marte, e, por isso, detinham pleno poder sobre a vida e morte e as escolhas da batalha. Dessa forma, os cônsules eram ditadores divinos, ainda que equilibrados por germinarem o poder.
Estão corretas as construções:
I e II, apenas.
II e III, apenas.
I e III, apenas.
I, II e III.
I, apenas.
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Resposta: I e II apenas
Explicação: A legitimação republicana não tem esta formulação, ainda que o papel religioso esteja presente. Ainda que a abertura de jogos e festivais e a construção de templos fizesse parte de seus afazeres, a lógica era Republicana. A lógica relativa a fundação de Roma e ao general Julio César, por sua vez, estão corretamente definidas e evidenciam a relação entre política e religião.
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