Revoluções de 1848 as transformações promovidas pelo processo industrial e pelas idéias socialistas
Soluções para a tarefa
O termo socialismo utópico refere-se à primeira fase do pensamento socialista que se desenvolveu entre as guerras napoleônicas e as revoluções de 1848 (“Primavera dos povos”). Os pensadores percursores foram: Conde de Saint-Simon, François-Charles Fourier e Robert Owen.
Segundo estudiosos, o termo socialismo utópico refere-se aos seus primeiros pensadores, citados acima, que ficaram conhecidos como socialistas utópicos. Essa denominação tem a ver com o fato de tais pensadores acreditarem na total transformação da sociedade de forma pacífica, sem a necessidade da luta armada, que seria promovida pela luta de classes e pela revolução proletária.
As ideias e críticas à sociedade burguesa capitalista no século XIX, realizadas pelos pensadores socialistas utópicos, estão claramente associadas ao pensamento iluminista, pois propagavam que somente com o desenvolvimento da razão e do progresso a felicidade humana poderia ser alcançada.
O principal ideário dos socialistas utópicos era a defesa da igualdade e o principal teórico que os influenciou foi o filósofo iluminista Jean-Jacques Rousseau, que havia afirmado ser a propriedade privada a origem da desigualdade entre os homens.
A partir dessa filiação teórica iluminista, os socialistas utópicos produziram suas análises e reflexões sobre a sociedade capitalista contemporânea às suas vivências. Um dos grandes pensadores do socialismo utópico que se destacou foi Robert Owen (1771-1858). Nascido na Inglaterra, foi proprietário de uma grande indústria têxtil na cidade de New Lanark. Apesar de ser um burguês, Owen propiciou algumas mudanças na situação de trabalho dos operários em sua fábrica: reduziu a jornada de trabalho do operariado, implantou escolas para os filhos dos trabalhadores (contribuindo para a educação das crianças), construiu casas para os operários (ofereceu melhores condições de moradia e saúde) e aumentou os salários do proletariado.
O Conde de Saint-Simon (1760-1825) foi outro pensador do socialismo utópico. Originário da nobreza francesa “esclarecida”, não concordava com a pobreza e com as desigualdades sociais. Sua principal reivindicação era a livre empresa, continuando com o lucro dos capitalistas, porém estes deveriam assumir responsabilidades sociais e ofertar melhores condições de vida e de trabalho aos operários.
O comerciante francês Charles Fourier também foi um defensor do pensamento socialista utópico. Ele acreditava que a melhoria nas condições de vida e trabalho dos operários aconteceria com a criação de associações e pelo cooperativismo entre o proletariado (produção partilhada por todos). Criticava veemente a sociedade burguesa, que separava o trabalho do prazer. Defendeu a libertação da mulher e a libertação sexual, pois esta última está ligada à liberação dos instintos e a obtenção do prazer.
Para alguns estudiosos, como Friedrich Engels (1820-1895), os socialistas utópicos criavam modelos ideais que não poderiam ser implementados – entretanto o socialismo utópico foi considerado a primeira forma de contestação ao individualismo liberal e corporificou-se como uma possível resposta aos problemas sociais que surgiram durante o processo de industrialização