História, perguntado por SweetBababa, 11 meses atrás

Revolução Russa : A revolução no campo e nas cidades

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Respondido por dyzudxiiplarjemcom
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A Revolução Russa foi o principal fenômeno histórico e social do século XX, em virtude das consequências resultantes de seu acontecimento sobre os demais países do mundo. Esse evento marcou profundamente a sociedade russa, que antes da eclosão do movimento revolucionário vivia sob a autocracia czarista.

A consolidação da ditadura do proletariado dirigida pelo partido bolchevique a partir de outubro de 1917 por vezes é apontada como uma continuidade autoritária do que foi o czarismo. A centralidade do poder, a militarização da vida social, a espionagem e a repressão de uma polícia política, além da falta de participação direta das massas trabalhadoras na vida política e social, são elementos utilizados na argumentação que mostraria essa continuidade.

Por outro lado, as medidas adotadas pelo governo bolchevique a partir de 1917 alteraram profundamente a forma de viver da população russa e de outras nacionalidades que habitavam a URSS. O crescimento econômico alcançado com a rápida industrialização e a estatização das terras, com o intuito de realizar uma produção agrícola de larga escala, melhorou substancialmente as condições de vida da população, se comparada com a miséria em que viviam durante o período czarista.

A dinastia dos Romanov governou o Império Russo do século XVII até o início do século XX, baseando a estrutura de seu poder e da nobreza que os apoiava na exploração do trabalho servil dos camponeses e na expansão territorial decorrente de guerras. A situação de vida dos camponeses somente teve mudança com a Emancipação dos servos em 1861.

Essa medida vinha de uma longa tentativa de modernizar a sociedade russa, de acordo com os moldes dos países ocidentais, iniciada principalmente pelo czar Pedro, o Grande, no final do século XVII e início do século XVIII. A capital do Império foi transferida para São Petersburgo, mais a oeste do que a antiga capital Moscou. Outra consequência da aproximação com o Ocidente foi a possibilidade de formação intelectual da elite russa. Desse processo saíram pessoas de reconhecida capacidade artística e intelectual, como Fiodor Dostoievski e Leon Tolstoi.

Já para a segunda metade do século XIX houve um grande impulso à industrialização do país. Imensas indústrias foram instaladas com o auxílio do capital estrangeiro em algumas regiões, principalmente São Petersburgo e Moscou, além de se construir uma extensa malha ferroviária. Em algumas indústrias, a concentração de operários era maior que nos principais países industrializados europeus, formando uma sólida classe operária no Império.

No contexto de alterações decorrentes dessa modernização, a emancipação dos servos fez com que os próprios camponeses se diferenciassem internamente, criando camadas de camponeses ricos e pobres. A contradição gerada pela modernização, com a formação de uma classe operária, a diferenciação interna do campesinato e suas reivindicações, além da manutenção de um regime político autocrático, iriam criar as condições para a eclosão da Revolução Russa.

O estopim dos conflitos foram as guerras nas quais o Império envolveu-se. Com a Guerra Russo-Japonesa, em 1905, e a Primeira Guerra Mundial em 1917, os operários puderam criar suas próprias organizações de luta – os sovietes, que cumpririam papel importante na derrubada do czarismo em 1917. No lado dos camponeses, as guerras resultaram em mortes e fome, o que intensificava o desejo por terra, alimento e paz.

Essa situação foi muito bem utilizada pelo Partido Bolchevique. Formado na clandestinidade da luta contra o czarismo e de inspiração marxista, os bolcheviques conseguiram estimular os operários das grandes cidades e os camponeses a tomarem o poder político e as terras da nobreza, culminando com a derrubada do Governo Provisório republicano formado em fevereiro de 1917 e a instauração do regime soviético com a Revolução de Outubro.

As consequências desses fatos foram imensas para a sociedade russa. As terras da nobreza foram tomadas e repartidas entre os camponeses. Os operários criaram seus comitês de fábrica e sovietes para participarem da administração das empresas e da organização da vida pública. Essa situação abriu perspectivas de construção de uma sociedade diferente da que vigorava durante o czarismo, pautada em uma igualdade econômica e social entre os trabalhadores da cidade e do campo.

Entretanto, a eclosão da Guerra Civil, em 1918, iria alterar, de certa forma, essa perspectiva. Os rumos adotados pelo partido bolchevique levaram a uma militarização da vida social, com a adoção do trabalho forçado, da disciplina militar nas fábricas e da entrega compulsória da produção agrícola ao Estado. Apesar da vitória do governo soviético na Guerra Civil, encerrada em 1921, os resultados foram catastróficos para a população.

espero ter ajudado
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