revolução industrial e a 1° e a 2° guerra mundial .
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O dia 28 de julho marca os 100 anos da eclosão da Primeira Guerra Mundial. O conflito iniciou com a invasão austro-húngara da Sérvia, seguida pela ocupação alemã da Bélgica, Luxemburgo e França, e um ataque russo contra a Alemanha. Este foi o sexto confronto mais mortal na história da humanidade e que posteriormente abriu caminho para várias mudanças políticas, como revoluções em muitas das nações envolvidas. Além disso, historiadores afirmam que as duas guerras que marcaram o século XX, na verdade, fazem parte de um único conflito. "Mal sabiam que o pior viria em seguida”, ressaltou o historiador e professor de Relações Internacionais da Ufrgs, Paulo Visentini, se referindo a Segunda Guerra Mundial em entrevista ao site do Correio do Povo.
A partir de 1914 a 11 de novembro de 1918, soldados e civis, homens, mulheres, crianças, sindicalistas, artistas e cientistas deixaram de lado suas diferenças políticas para garantir a unidade nacional e a militarização da economia. Assim foi a Primeira Guerra Mundial, que mobilizou as nações europeias na chamada “guerra total”, sem precedentes na história.
Todos os beligerantes principalmente França e Alemanha mobilizaram suas energias no esforço de guerra. Em todos os países, foram votados orçamentos para o conflito sem dificuldades, e as escassas vozes pacifistas eram inaudíveis. As economias se organizam para responder às necessidades das Forças Armadas, em uma adaptação que é acompanhada do reforço considerável do papel do Estado e, às vezes, no caso dos impérios centrais, do controle militar sobre os recursos disponíveis. Tudo passa a ser organizado para garantir a produção de armamentos e de munições. Esse quadro se manteve assim até pelo menos 1917, quando o desgaste de um sangrento conflito sem fim e o exemplo da Revolução Russa começaram a alimentar greves e motins, abalando as unidades nacionais.
Na opinião do historiador francês Jean-Yves Le Naour, o conflito foi “a primeira guerra industrial”. também o surgimento das começam a ver mulheres de cabelo curto, de calça comprida e fumando.
A mobilização patriótica não poupa nem mesmo as crianças. Nesse período, “os deveres escolares”, conta o historiador francês André Loez, “consistem em redigir elogios para os soldados, ou, ainda, em calcular a produção de morteiros”. A propaganda e a censura militar estão onipresentes. Químicos, físicos, biólogos e médicos colocam suas competências a serviço do governo de seus países — seja para a fabricação de novas armas, seja para a produção dos meios de se proteger delas.
Guerra envolveu mais de 70 países
• A ausência de dados confiáveis marcou a Primeira Guerra Mundial, mas o que está claro é que o conflito teve dimensões inéditas até aquele momento.
• Se envolveram a guerra mais de 70 países, que somavam 800 milhões de habitantes — metade da população da época.
• No início dos confrontos, foram mobilizadas 20 milhões de pessoas, mas o número aumentou com a prolongação da guerra. Mais de 8 milhões eram da França; 13 milhões, da Alemanha; 9 milhões, da Áustria-Hungria; 9 milhões, da Grã-Bretanha e seu Império; 18 milhões, da Rússia; 6 milhões, da Itália;e 4 milhões, dos Estados Unidos. Somente das colônias inglesas foram 2 milhões de pessoas.
Nas trincheiras da guerra
A vida na guerra foi muito dura para os combatentes, que, além da falta de higiene, da chuva, dos piolhos e dos ratos, conviviam com o cheiro da morte. Inicialmente, as trincheiras eram simples, com uma linha de frente cavada com pás e picaretas. Seguiam um traçado sinuoso para evitar os disparos e eram protegidas com sacos de areia e cercas de arame farpado para impedir o avanço do inimigo — situado algumas vezes a apenas dezenas de metros.
Pouco a pouco, as trincheiras vão se desenvolvendo: são cavados refúgios para proteger os soldados, introduzidos postos de guarda, de comando e de socorro, além de ninhos de metralhadora, tudo isso em galerias de 2 metros de profundidade e algumas dezenas de centímetros de largura. E as trincheiras da linha de frente ficam unidas à retaguarda através de galerias que criam um labirinto no qual às vezes os soldados se perdem.
Em meio aos trabalhos cansativos, a distribuição do correio, diária quando o front está tranquilo, é o momento mais esperado: traz notícias da família e às vezes inclusive pacotes com suprimentos e roupas. Os soldados, para não preocuparem suas famílias e diante da censura militar, dão em suas cartas uma versão amenizada do horror das trincheiras, muito distante da realidade.
Os primeiros telegramas que chegaram ao Rio Grande do Sul noticiando a rendição da Alemanha e o consequente fim da Primeira Guerra Mundial atraíram dezenas de pessoas na frente da antiga sede do jornal Correio do Povo, localizada na Rua da Praia.