História, perguntado por athagomes3160, 1 ano atrás

Revolução da Inglaterra Monarquia vs. Parlamento

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Respondido por raianyprates
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Contrária ao domínio de poder político da monarquia dos Stuarts, que eram soberanos ingleses originados da Escócia, a Revolução Inglesa ocorreu no século XVII, no ano de 1640. De acordo com alguns historiadores, esta insurreição é considerada a primeira revolução de caráter burguês realizada no ocidente.

A origem da Revolução Inglesa pode ser explicada por uma combinação de diversos fatores. Na época da Dinastia Tudor, o país apresentava um desenvolvimento econômico próspero e de várias conquistas. Enquanto Henrique VIII e Elisabeth I estavam no poder, ocorreu a adoção do anglicanismo, que trouxe grandes mudanças e era um instrumento importante do Estado. Além disso, neste período, a Inglaterra encontrava-se unificada e começou a disputar o descobrimento de novas colônias, fazendo frente aos espanhóis.

Dentro deste contexto, havia incentivo à liberdade de comércio, além de medidas de proteção à propriedade. Neste momento, de grande desenvolvimento econômico, surgem os monopólios comerciais, os Mercadores Aventureiros, grupo que desejava superar os estrangeiros no comércio e a Companhia Britânica das Índias Orientais, união de comerciantes de Londres que tinha o monopólio comercial com as “Índias Orientais”.

Porém, estes adventos tiveram como resultado a divisão burguesa britânica. De um lado estavam os comerciantes mais abastados, favorecidos pelos monopólios e, de outro, a pequena burguesia que clamava pela livre concorrência. Junto a isso, a situação no campo gerava diversos problemas, pois as terras começaram a ser valorizadas após a alta dos produtos da zona rural. Assim, os representantes da burguesia poderosa, que tinham grandes propriedades, começam a expandir suas terras desapropriando terrenos de caráter coletivo para torná-los particulares. Isso fez com que diversos camponeses fossem expulsos da zona rural, dando espaço para a formação de propriedades extensas que produziam lã, um dos produtos que, posteriormente, seria a base da Revolução Industrial no país. Para atenuar um possível conflito entre a nobreza rural e os camponeses, o governo tomou medidas para impedir os cercamentos, mas sofreu oposição da burguesia mercantil e dos grandes proprietários de terras.

Em 1603 tem início a Dinastia do Stuarts, simbolizada por Jaime I, substituto de Elizabeth I, considerada a última rainha da Dinastia dos Tudors. O novo soberano inglês, além de ser protestante, iniciou um processo de aproximação com a Espanha, país católico, mostrando que era indiferente às instituições inglesas estabelecidas no reinado dos Tudors. Isso foi um fator de extremo descontentamento da alta burguesia, pois, até então, o equilíbrio entre os parlamentares e os monarcas era o que equilibrava a economia inglesa. Foi durante este período que os ingleses discordantes iniciaram um processo de emigração rumo à América do Norte.

Com a morte de Jaime I, quem assume o poder é seu filho Carlos I. No ano de 1628, dois anos após Carlos I tomar o poder, é votada uma Petição de Direitos pelo Parlamento Inglês, que garantiu a burguesia comerciante contra detenções ilegais e tributos. Em contrapartida, este parlamento foi dissolvido pelo rei, que buscou apoio na Câmara Estrelada (tribunal que era formado por nobres da confiança da realeza). Além disso, Carlos I faz uma tentativa de imposição do anglicanismo aos presbiterianos (calvinistas da Escócia), mas não obteve apoio da burguesia e ainda viu grupos de escoceses invadirem a região norte da Inglaterra. Sem sustentação, o rei abriu o parlamento novamente no ano de 1640 e em 1653. Porém, os parlamentares demonstravam mais interesse em combater a tirania de Carlos I.

Entre os anos de 1641 e 1649, ocorreu uma guerra civil que foi um episódio de extrema importância para a Revolução Inglesa. O conflito colocou frente a frente o exército da realeza (com apoio dos senhores feudais) e os apoiadores do parlamento, denominados cabeças-redondas, que, em sua maioria, eram puritanos burgueses liderados por Oliver Cromwell. No primeiro ano do conflito, o rei foi apoiado pelos aristocratas das regiões norte e sul da Inglaterra, além da burguesia abastada. No ano de 1645, após diversos embates, os cabeças-redondas, com seu exército chamado New Model Army, vencem a cavalaria real na Batalha de Naseby e fazem Carlos I fugir para a Escócia, onde tinham muitos inimigos. O rei acabou sendo capturado e vendido ao parlamento da Inglaterra, onde foi executado.

 No governo de Jaime II, foram tomadas medidas absolutistas de punição contra opositores, destituição do habeas corpus, além de prisões despóticas.  Em 1689, o parlamento promulga a Declaração dos Direitos (Bill of Rights), estabelecendo o parlamento como poder supremo e substituindo Jaime II por sua filha Maria Stuart e Guilherme de Orange, seu genro.

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