resumo sobre o tema Negro no mercado de trabalho
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O dia 20 de novembro é um marco para o movimento negro na luta pelos seus direitos e resgate da cultura afro-brasileira, o dia da Consciência Negra. Resgatando a luta e resistência do povo negro contra o racismo na figura do grande lutador Zumbi dos Palmares.
O mês inteiro é dedicado à reflexão da inserção do negro na sociedade brasileira. Esse momento é importante para evidenciar as contradições que ainda imperam e a necessidade premente de continuar lutando por transformações que alterem concretamente as injustiças que assolam os negros no país.
Especificamente no mundo do trabalho, mesmo com o fim da escravidão no país, tendo como base agora o trabalho assalariado, não houve a inserção do negro na sociedade. Foi mantida toda a lógica de exclusão existente, sendo os negros responsáveis por posições subalternas, no setor de subsistência e em atividades mal remuneradas, o que mais tarde se denominou como setor informal.
Segundo os dados do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) pelo Sistema PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego), os negros eram maioria na População Economicamente Ativa – PEA, nas regiões analisadas: Fortaleza (83,0%), Recife (77,7%) e Salvador (92,4%). Em São Paulo eram 38,4%, e, em Porto Alegre, ficava em apenas 13,3%. Apesar desse número expressivo, independentemente do peso relativo da população negra, a proporção de negros desempregados é sempre superior a de negros ocupados.
Constatou-se também que as formas de inserção dos trabalhadores negros ocupados ainda são marcadas pela precariedade. Mesmo com o crescimento do emprego mais formalizado, a participação relativa dos negros é maior nas ocupações nas quais prevalece a ausência da proteção previdenciária e, em geral, os direitos trabalhistas são desrespeitados.
Examinando os indicadores do mercado de trabalho, observa-se que, em alguns aspectos, as desigualdades raciais e a discriminação de gênero se cruzam e se potencializam. A situação da mulher negra evidencia essa dupla discriminação. O trabalho de negros (as) e de mulheres é menos valorizado social e economicamente.
Ao analisar o emprego no ramo metalúrgico, encontramos as mesmas contradições fruto do racismo existente: inseridos em segmentos mais precarizados, recebendo salários menores, mesmo estando nas mesmas posições que os não negros com as maiores taxas de rotatividade. No Brasil em 2014 eram 666 mil metalúrgicos (as) negros (as), representando 28,5% do total desse ramo.
A participação do (a) metalúrgico (a) negro (o) é maior no segmento de Outros Materiais de Transporte (que produzem em sua maioria motocicletas, veículos ferroviários e suas partes etc.), com 53,0%, seguido pelo segmento Naval, com 52,3%. Estes dois setores apresentam muitas dificuldades referentes às condições de trabalho, como por exemplo, altos índices de rotatividade e baixas remunerações.
Os segmentos com menor participação do (a) trabalhador (a) negro (a) são o Aeroespacial, com 12,4%, seguido pelo Automotivo, com 23,8%. Destacando-se que as condições de trabalho nesses dois últimos são inversas aos dois primeiros: eles apresentam os maiores salários e os menores índices de rotatividade do ramo metalúrgico.
Dada a inserção em segmentos mais precários, observa-se que a remuneração média de 2014 do (a) metalúrgico (a) negro (a) é menor do que a do (a) não negro (a): aqueles recebem 71,7% da remuneração deste último.
Ao olhar essa distribuição também por gênero, as desigualdades são ampliadas. Adotando como 100% a remuneração média do homem não negro. Em 2014, a mulher não negra recebe 72,3% da remuneração do primeiro. Já o homem negro recebe 71,6% e, por último, a mulher negra recebe 50,5%, metade da remuneração do homem não negro.
Mesmo quando metalúrgicos (as) negros (as) e não negros (as) ocupam o mesmo cargo, na mesma jornada de trabalho, a diferença persiste. Das 15 maiores ocupações observadas, em todas elas a remuneração dos (as) negros (as) é menor que a dos não negros (as). Na ocupação na qual está a maior parte dos metalúrgicos (as), Alimentadores de linha de produção, os negros recebem 74,2% da remuneração do não negro.
Resposta:
Oi, só te respondo se vc me marcar como melhor resposta!!!