Resumo sobre o poema "massa instantânea" de carlinhos guarmieri
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Resposta:
Massa Instantânea
Eu falo de uma massa, que não é espaguete.
É uma massa crua, é o menino de rua, rotulado de
pivete pela educação escrava.
Eu falo de uma massa que não é macarrão.
É o guri sem teto, sem afeto, analfabeto, seu colchão é
o chão, vida de cão sem raça.
Eu falo de uma massa que não é massa folhada.
Pede grana no sinal, só tem folha de jornal, contra o
frio da madrugada, sua pele é sua couraça.
Eu falo de uma massa que não é de pastel.
Recheada de vento e dormindo ao relento,
O seu teto é o céu, seu recheio é só carcaça.
Eu falo de uma massa que não é ravioli.
Intragável, indigesta, que a princípio não presta.
E que ninguém engole e que no mole despedaça.
Eu falo de uma massa que não é parafuso.
É o moleque inteligente que de tanto solvente vai
ficando confuso, enquanto o tempo passa...
Eu falo de uma massa que não é panqueca.
Fissurada no crack a mente sente o baque, enquanto o
corpo seca e a vida embaraça.
Eu falo de uma massa que não é capelete.
Não tem armas pra luta, nem força pra disputa, por
isso nem compete, fica vivo por pirraça.
Eu falo de uma massa que não é um miojo.
Boicotada, atrofiada, que não é valorizada, a elite tem
nojo, seu paraíso é a praça.
Vem agora e abraça a massa instantânea, que não
quer ficar no molho, mas transcender o teu olho, quer
tua atitude espontânea, vem agora e ABRAÇA!’
Poema de Carlinhos Guarnieri – Redutor de Danos
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