Resumo sobre o conto O Colocador de Pronomes
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Resposta:
Em O colocador de pronomes, o protagonista, Aldrovando Cantagalo (que nome!), representa um desses sujeitos pelos quais Lobato tinha horror. O conto começa com uma anedota e termina com outra (mas não vou contá-las), ambas relacionadas ao emprego de pronomes pessoais:
"Aldrovando Cantagalo veio ao mundo em virtude dum erro de gramática.
Durante sessenta anos de vida terrena pererecou como um peru em cima da gramática.
E morreu, afinal, vítima dum novo erro de gramática".
Contaminado por uma "incurável sarna filológica", o personagem, obcecado pelos"alfarrábios freiráticos do quinhentismo", não possuía nenhum espírito científico; apenas se aferrava às normas fixadas por autores portugueses falecidos muitos, muitos anos atrás: "Aldrovando nada sabia do mundo atual. Desprezava a natureza, negava o presente. Passarinho, conhecia um só: o rouxinol de Bernardim Ribeiro".
Para o professor Cantagalo, o idioma era "um tabu sagrado" e os brasileiros não sabiam utilizá-lo:
"E não lhe objetassem que a língua é organismo vivo, e que a temos a evoluir na boca do povo.
- Língua? Chama você língua à garabulha bordulenga que estampam periódicos? Cá está um desses galicígrafos. Deletreemo-lo ao acaso.
E, baixando as cangalhas, lia:
- Teve lugar ontem... É língua esta espurcícia negral? Ó meu seráfico, como te conspurcam o divino idioma estes sarrafaçais da moxinifada!"
O bom humor da narrativa vem justamente daí: é resultado das palavras e frases rebuscadas (e anacrônicas, arcaicas até), ditas por Aldrovando (e algumas vezes também usadas pelo narrador, em tom irônico). A acumulação e exageração destas acabam por gerar ótimo efeito cômico.
E os pronomes?
"Os pronomes, ai! eram a tortura permanente do professor Aldrovando. Doía-lhe como pauladas vê-los por aí pré ou pospostos contra regras elementares do dizer castiço. E sua representação alargou-se nesse pormenor, flagelante, concitando os pais da pátria à criação dum Santo Ofício gramatical".
E por causa de uma ênclise, ao invés de uma próclise - alguém aí se lembra das nem sempre agradáveis aulas de sintaxe? -, Aldrovando acabou morrendo...
O conto "O Colocador de Pronomes", escrito pelo autor Monteiro Lobato, conta a história de Aldrovando Cantagalo, um ser que teria nascido a partir de um erro pronominal, e que viria a morrer com a má colocação de outro pronome.
Ridicularização da língua portuguesa
Há uma brincadeira por parte de Lobato, que ridiculariza o personagem principal, utilizando uma linguagem descabida. Aldrovando tenta criar leis que evitem erros linguísticos, e o mesmo era bastante rígido com as mudanças da língua, esquecendo-se que ela é um elemento vivo.
Com a leitura de um livro onde há erros gramaticais, Aldrovando começa a passar mal, sentindo fortes dores. Ele vem a falecer logo em seguida.
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