RESUMO SOBRE A COR DA TERNURA 25 LINHAS ME AJUDEM . É URGENTE
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Resposta:
livro A cor da ternura, da escritora Geni Guimarães (1989) e ilustração de Saritah Barbosa é um livro instigante, crítico e atual, em se tratando da trama e das questões suscitadas, sobretudo nesse contexto de alteração da nossa LDBEN 9.394/96 pela Lei Federal 10.639/03, ao tornar obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana em todas as áreas na Educação Básica. Lei essa, sabemos, não implementada a contento e, pior, no cenário crítico e político atual do país, sob ameaça de mordaça, nesse retrocesso sem precedentes no país. É um livro extremamente importante e necessário para quem desejar abordar uma situação complexa e recorrente: o racismo, suas ciladas antigas e, principalmente, a capacidade de superação ao trazer à cena uma protagonista negra, suas reminiscências e modo de olhar e sentir a vida com “os olhos de dentro” e criticidade.
É a Geni, nossa pequena Geni, sua mãe afetiva, seu pai que a olha como uma princesa, que anda léguas de distancia ao levá-la e buscá-la na escola. Ela, a pequena, depois a jovem, a mulher a ascender, apesar das adversidades sociais. Também, sua irmã especial, outras que a cuidavam, acolhia e o irmãozinho caçula, a despertar crises existenciais e ciúme para, depois, estreitar enlaces afetivos.
Geni é assim, um pouco de nós: crianças, jovens, adultos em meio às afeições, aflições, amor, querências, carências e superação. Há, óbvio, dissertações, artigos, teses que analisam o livro, como o fizemos tempos atrás (OLIVEIRA, 2003), dentre outros/as. Aqui, contudo, interessa tecer alguns fios de destaque como uma espécie de convite à re/leitura desse livro que envolve e emociona...
Em se tratando da estruturação da narrativa, o livro tem dez capítulos. São eles: “Primeiras lembranças”, “Solidão de vozes”, “Afinidades: olhos de dentro”, “Viagens”, “Tempos escolares, “Metamorfose”, “Alicerce”, “Mulher”, “Momentos cristalinos” e, por fim, “Força flutuante” perfazendo um total de 93 páginas.
Geni tece seu cotidiano em dois momentos básicos: a infância, principalmente, e a fase “Mulher, terminando o ginásio”, “cursando o normal, a caminho do professorado” (p. 81)[1]. Além de sua família (oito irmãos mais os pais), há outros personagens negros secundários: “Nhá Rosária”, que “morava com uma família de fazendeiros”, uma velha contadora de estórias, de que não se sabia a idade (se 98 ou 112 anos), de que não se conheceu a família (p. 49).
Na escola, ela, Geni, “era a única pessoa da classe representando uma raça digna de compaixão, desprezo” (p. 65), desabafa a personagem, decepcionada por conhecer, na escola, a história dos seus antepassados pela história oficial, na qual eles são passivos, conforme ensinara a professora. Outro personagem negro aludido no texto é “Dirceu, um negrinho terrível”, promovido à terceira série, “com muito custo” (p. 54). E outras crianças que a personagem lembra, os “anjinhos”: Tilica, “que morreu de lombriga aguda”, Luiza, “que morreu de bucho-virado” e o Jorge, “que morreu de cair no poço” (p. 63). Os personagens brancos são “a professora”, D. Odete (p. 55), o “administrador” de uma fazenda, Gisele, que estranha Geni, por ter medo da professora “preta” (p. 87).