resumo dos grandes fluxos do comércio mundial
Soluções para a tarefa
No mundo contemporâneo tudo isso intensificou extraordinariamente. Com os novos meios disponíveis, as atividades comerciais aumentaram o poder de uma das forças propulsoras da "fabricação" de novos espaços e do aperfeiçoamento dos meios de superação da distância entre as realidades geográficas. Vamos pensar nas marcas de produtos comerciais que frequentam nosso dia-a-dia. Qual a origem nacional da marca? Numa série de produtos (roupas, calçados e eletrônicos, por exemplo) onde é a localidade da fabricação? São duas coisas diferentes: um produto pode ter uma marca de origem americana e ser produzido na China. Uma marca pode ser francesa e seu produto pode ser, ao menos em parte, produzido no Brasil.
Isso revela a complexidade das relações atuais, num mundo globalizado, embora uma relação comercial, ao pé da letra, resuma-se à saída do local de produção (ou ponto de venda) até o ponto do consumo.
Os fluxos de produtos que chegam até nós vêm do mundo, de um sistema produtivo e comercial que se organiza na escala mundial, não somente dos nossos vizinhos, do mundo ocidental ou do extremo oriente.
O comércio como acelerador dos fluxos; aceleração dos fluxos intensificando o comércio
O mundo contemporâneo é complexo. Isso não quer dizer complicado, como é comum se pensar. Complexo significa que cada realidade isolada é sempre produto do conjunto da realidade total, ou das diversas realidades em relação. Durante os últimos 50 anos as exportações mundiais aumentaram em volume, nove vezes mais rápido que a produção mundial. Produz-se mais, mas se comercializa entre países muito mais ainda. Quer dizer que boa parte da produção antigamente circulava mais no interior dos próprios países onde eram produzidas; hoje a produção circula muito mais numa escala geográfica mais ampla: circula o mundo.
O comércio não cresceu por si só, porque tem mais gente comprando bens. O comércio cresceu porque uma série de eventos e transformações cruzadas nesse nosso mundo propiciaram essa condição (e que já estudamos): a aceleração dos fluxos, as redes técnicas, a força das transnacionais e suas redes geográficas, a geopolítica, a ordem mundial e a ação das potências, que permitiram nesses últimos 50 anos que os mercados nacionais nada mais fossem que "seções" de um único e imenso mercado mundial. Outros exemplos de eventos que propiciaram o crescimento do comércio: desenvolvimentos tecnológicos, a multiplicação dos meios de compra e informação sobre os produtos, o afrouxamento das fronteiras dos Estados nacionais territoriais etc. A imagem dos fluxos comerciais no mundo contemporâneo é forte. Nunca o planeta pareceu tão pequeno, tal a dimensão dos fluxos e as distâncias que eles percorrem. Longos trajetos, outrora feitos apenas por aventureiros, atualmente são as principais rotas comerciais do mundo. Rotas oceânicas percorridas por navios que ancoram em portos, abarrotados e congestionados de mercadorias, e rotas aéreas que chegam em pontos antes inalcançáveis resultam da busca desenfreada por novos mercados, por novos consumidores.O comércio é por definição uma forma de relação humana que implica colocar em contato grupos sociais diferentes. Na origem da história humana para um grupo A interessava obter de outros grupos aquilo que não se conseguia produzir, aquilo que somente outros grupos possuíam. Esse gênero de relação exigia estender relações sobre espaços mais amplos, obrigava a abrir caminhos, rotas e construir portos, estimulava a criação de novos meios de transporte e impunha a criação de estruturas para os comerciantes. Como se vê, o comércio é uma atividade humana produtora de novos espaços humanos e uma atividade que ensinou o ser humano a lidar com a distância geográfica.