resumo do texto sr Ariosto da Ecléa Bosi (É URGENTE) ME AJUDEM POR FAVOR
Soluções para a tarefa
Aprendi a ler no Dante Alighieri com o professor Quaranta, podia ter oito anos. Ele era baixo, gordo, tinha uns quarenta anos e lecionava em italiano. O primeiro, segundo, terceiro e quarto ano era tudo junto na mesma sala; ele ficava um pouquinho com cada aluno. Mas a gente não era tão peralta como hoje. As crianças eram mais quietinhas, tinham mais respeito. Talvez tivessem receio de apanhar: hoje as crianças não têm medo de apanhar, são protegias. Se a gente errava alguma coisa, apanhava com reguada: “Dá tua mão aí!”. “Ai, professor, eu não vou errar mais!”. A gente abria a mão com medo e…pum! Quem ia na escola depois? Ninguém? A senha acha? Quem reincidia no erro ajoelhava no milho: se a gente queria levantar porque o milho penetrava nos joelhos, nas pernas, levava uma reguada nas costas.
Em casa a mamãe me ajudava a fazer as lições: “Mamãe, quando se junta o b com o a, o que quer dizer isso?”. Quem me levou na escola, no primeiro dia de aula foi ela. Mamãe tinha cultura, foi bailarina de teatro. Foi me levanado pela mão a uma distância longe, quase uma hora a pé. Não estou bem lembrado, mas o Dante Alighieri era uma casa isolada, no mato.
O professor nos dava um papel com as letras do abecedário e explicava: esta é A, esta é B, esta é C e assim por diante. Ajuntando A com R, com o I, ele pegava na minha mão e escrevia Ariosto. Fui gostando da escola porque estava aprendendo. As crianças diziam: “Hoje aprendi a fazer o meu nome!”. Na outra aula: “E o nome da mamãe, e o nome do papai!”. Gostava muito de um colega, o Antônio Filgueroa. Era um portuguesinho. Seus pais eram ricos, donos de chácara e ele sempre trazia frutas para mim. Não sei por onde anda, talvez já tenha falecido.
Só fiquei na escola um ano e pouco. O papai mudou, não fomos mais para a escola. Então acabei de aprender; acabei, não, porque tenho ainda muito que aprender! Meu pai me ensinou caligrafia [pois era profissional] e pintura.