resumo do livro tenda dos milagres de jorge amado
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Resposta:
Escrito em 1969, "Tenda dos Milagres" é um romance "que mostra a importância da mistura e da luta contra o racismo no Brasil" nas palavras do próprio autor.
A história acontece na virada do século XIX e nas primeiras décadas do século XX. O personagem principal, Pedro Arcanjo é um mestiço pobre que vive na periferia de Salvador. Ao lado de personagens tão cativantes como Lidio Corró e Zabela, desenvolve seus estudos sobre o sincretismo cultural e genético do povo da Bahia. Bedel da Faculdade de Medicina em um momento em que grassavam as teorias do racismo "científico", a exaltação da cultura africana e da miscigenação, presente em seus estudos, golpeia profundamente a elite acadêmica da época.
Depois de sua morte, sua obra é redescoberta por um estudioso norte-americano e em plena ditadura militar, seus livros são incorporados pela elite branca, que transforma Arcanjo em herói nacional idealizado, esvaziando o seu conteúdo político e apagando sua trajetória de vida marginalizada.
Podemos pensar que a obra dialoga com os estudos de Gilberto Freyre que apostou na singularidade brasileira presente da ideia de "democracia racial". No entanto, Jorge Amado trabalha muito bem as desigualdades sociais e o preconceito racial presentes em nossa sociedade. A cultura africana e o sincretismo são exaltados e não diluidos em nome da miscigenação.
Por fim, há que se dizer que a leitura é muito prazerosa, com grandes reflexões. Apesar de pouco conhecida, é mais uma obra espetacular do grande autor que foi Jorge Amado.
Explicação:
Resposta:
Tenda dos Milagres, livro considerado o favorito de Jorge Amado, escrito e publicado em 1969, traz um interessante e forte desenho da Bahia do século XX.
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Narrado em dois tempos, conhecemos no início do século Pedro Archanjo, o Ojuobá, filho de Xangô e bedel da faculdade de medicina, intelectual autodidata e negro que causa alvoroço ao demonstrar a persistência da cultura africana na Bahia em 4 pequenos livros que publica com a ajuda de seu amigo, Lídio Corró, o riscador de milagres do pelô. Avançando na história, a chegada de um americano prêmio Nobel, resgata o nome de Archanjo do esquecimento e o eleva, 25 anos depois de sua morte, a condição de mais inteligente intelectual do país.
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Archanjo (personagem inspirado na vida de Manuel Querino), em que pese o peso de sua produção acadêmica, viveu e morreu na miséria, apenas acumulando amigos, filhos (de santo reconhecidos), mulheres e leituras.
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O livro é bem interessante, retrata a sociedade onde a criminalização do candomblé e da capoeira legitimou durante anos a morte de inúmeras pessoas negras ao mesmo tempo em que surgia o discurso da democracia racial, tudo narrado com a ironia que marcou as obras do autor.
Porém, a narração em duas épocas diferentes fazia com que eu perdesse o fio da meada muitas vezes e também, a forma como o autor retrata certos personagens, os negros sempre de forma caricata e sensual (ver Rosa de Oxalá e Dorotéia em contrapartida de Kirsi) de certa forma me passou a ideia de reforçar o racismo que pretendia denunciar.