Português, perguntado por Usuário anônimo, 5 meses atrás

resumo do livro rosa minha irmã rosa com caracteristicas

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Respondido por enzogabriel0702
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Resumo minha irmã rosa

minha mãe, abafada entre lençóis e cobertores da cama do hospital, me disse:

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Num instante descia eu a rua para ir a casa da Rita trocar cromos (não te compro mais enquanto não colares na caderneta todos os que tens!, dizia a mãe tantas vezes), ou para lhe emprestar um livro, ou ela a mim.

Num instante bebia eu o leite nos dias em que me atrasava, para apanhar a carrinha da escola, a voz de Margarida nos meus ouvidos: «Olhe que por sua causa vamos chegar tarde!» Num instante ficava em água o gelo, em tempo de calor - e o que eu e a Rita tínhamos rido no dia em que a Chica estava cheia de medo que os cubos de gelo entupissem a pia...

Desse dia lembro-me ainda que fui dormir a casa da minha avó Elisa, que me encheu os bolsos de rebuçados, e me deixou ir para a cama mais tarde e sem se importar de saber se eu tinha lavado bem os dentes.

Além disso a avó Elisa tinha muito medo das constipações e não me deixava abrir nem uma gretinha da janela.

Além disso faltava-me a voz da mãe («vá, dorme, que amanhã tens de te levantar cedo para a escola!»), faltavam-me as suas mãos a aconchegarem-me ao corpo a roupa da cama.

Toda a gente gritava aos quatro ventos que eu já era crescida, havia de ser bonito se me vissem ali, encolhida na cama, lágrimas nos olhos e na garganta, com saudades de casa e da mãe.

mãe e o pai tinham-me explicado como tudo acontece, logo no momento em que a barriga dela começara a crescer: o pequeno, invisível grão aí colocado pelo pai, o ovo a desenvolver-se dia a dia lá dentro, isso eu sabia.

Lembro-me que um dia até achei graça ao ver mexer a barriga da mãe.

Talvez fosse isso que a Margarida queria dizer todas as vezes que, lá na escola, lhe acontecia algum aborrecimento e ela bichanava para a Teresa:

-

Eu não sabia bem o que quereria exactamente ela dizer com essas palavras, mas lá que havia coisas que ficavam muito diferentes quando saíam dos livros para a nossa vida, lá isso havia.

A avó Elisa diz que no tempo dela não existiam estas coisas: uma pessoa chegava à escola, aprendia a ler, a escrever, a contar, e no fim do ano fazia um exame.

Por isso ela encolheu os ombros quando Lhe falei nas provas, e ficou toda escandalizada por eu chamar Pedro ao professor.

Levávamos logo uma data de reguadas e ficávamos o dia todo no fundo da sala virados para a parede sem podermos falar com os outros...

Eu não respondi porque estava entretida a colar cromos novos na caderneta, mas fiquei a pensar naquilo durante muito tempo.

Se eu estivesse na minha sala com um frasco de cola e um pincel, como tu estás, levava logo do meu pai - disse ela.

cacto era meu, parecia quase uma rosa verde com muitas folhas, e eu pensei que ele gostasse de ter uma planta bonita a fazer-lhe companhia, quando estivesse a trabalhar...

E também acho que deve ser muito triste viver numa casa onde não podemos mexer em nada, numa casa tão arrumada como a da Rita.

É claro que eu gosto de casas arrumadas (a minha irmã irá mexer nas minhas coisas?...), mas a casa da Rita cheira a museu, não cheira a casa onde vive gente.

Por isso eu gosto de viver agora, apesar de a minha mãe ainda não estar em casa, apesar de a minha irmã não ser nada como eu pensava, apesar das provas de avaliação marcadas para amanhã.

João da tabacaria, que às vezes me dá mais uma carteira de cromos do que aquelas para que chega o dinheiro que levo.

Mas não a tia Magda, que só tem boca para palavras azedas, e só gosta de flores caras com nomes complicados, como os antúrios e as estrelícias, que a minha mãe lhe compra no dia dos anos.

Mas não é preciso que cheirem ou que sejam daquelas de pés muito altos a dormir na montra das floristas.

minha mãe conta que a primeira vez que me levou a casa da tia eu passei o tempo todo a gritar dentro da alcofa.

Mas a verdade é que não gosto muito da tia Magda, embora a avó Elisa esteja constantemente a meter-me pelos ouvidos dentro que a gente deve sempre gostar da nossa família.

No ano passado, chegaram a minha casa uns primos vindos do Brasil, que eu nunca tinha visto e de quem raramente ouvia falar.

E acho que ninguém me pode obrigar a gostar deles só pelo facto de serem da minha família.

a Zica, já só com um braço, um olho muito claro na cara preta, uma carapinha roída das traças, mas ainda a boneca preferida.

a árvore da minha rua, com o rouxinol que todas as Primaveras nela mora, e canta, e me faz contente nem sei porquê.


Usuário anônimo: cade a característica em?
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