Resumo do livro (Em busca do tesouro de magritte) Tbm dos personagens. necessito da resposta agora
Soluções para a tarefa
Os anjos andam pês-da-vida com o tungão e bruta gigante do Papa-Figos por causa do roubo de um tesouro e decidiram convocar o Nan para resolver a parada. Deram-lhe o endereço e o mapa do interior do castelo onde o menino deveria chegar e entrar e reaver a riqueza roubada, mas — peraí, eles se esqueceram de informar: qual era mesmo o tesouro? E onde o tal castelo ficava? Tem de pegar uma estrada assim e atravessar a Floresta do Contrário? No final, estará o agente secreto Mil-e-Um, com mais informações... Tão secreto que seria impossível reconhecer esse tal de agente mesmo secreto, caso não fosse uma fotografia que os anjos conseguiram no arquivo de Vossa Majestade. Sei. Corretíssimo. E, você, tá me entendendo? Aí, continua... Não, é melhor uma parada na Pensão da Conceição.
Com o estilo irreverente, um narrador conduz os leitores por essa história disparatada em que os quadros do mestre do surrealismo, o pintor belga René Magritte, vão sendo dispostos em meio ao texto. O clima de espionagem revela situações insólitas e, muitas vezes, cômicas — o jantar na Pensão da Conceição é um desses momentos, quando Nan exclama para o garçom: “Moço, tem um olho no meu bife!” e o filezão olhudo pula do prato e corre por entre as mesas.
O que Ricardo Cunha Lima propõe é uma aventura, distante da informação biográfica ou da história da arte, que se utiliza do esquema narrativo dos contos populares de magia: no caminho para o castelo do Papa-Figos, o jovem Nan se transforma em uma formiga e lá entrando, consegue reaver o tesouro que é um... (isso não importa agora) e conhece também uma jovem prisioneira. Há então uma fuga, como acontece quando um príncipe invade a morada do Bicho Manjaléu ou os reinos temíveis de Kotschei. Contudo, o modelo imitado é subvertido ou parodiado, dada a escolha pelas situações surrealistas que nada tem a ver com a magia das fadas, e sim com o non-sense e rompimento da lógica por contigüidade dos velhos contos. É mantendo um traço de pertinência estilística entre seu texto e as imagens do pintor que Cunha Lima consegue criar um novo enredamento — e, mesmo depois de quase vinte anos de sua publicação, o livro irradia um frescor tão próprio da modernidade que se espraiou na literatura infantil e juvenil de duas décadas atrás, no sentido de desobediência aos padrões corriqueiros.
Outros aspectos interessantes da obra dizem respeito à projeção de um narrador intruso, pirado e “o mais teréu-téu-téu de tudo” que convoca o leitor a completar lacunas, escrever um capítulo deixado em branco ou mesmo reordenar os quadros de Magritte a fim de solucionar a sua charada. Desta maneira, os possíveis diálogos da palavra com o universo visual surrealista não se fecham a uma única voz, a do próprio autor, ao mesmo tempo evidenciando de que se trata tudo de um arranjo, uma combinação, uma divertida tramóia. Afinal, atenção, quem disse que as coisas aconteceram como os anjos contaram? Nan e o leitor têm um caminho, Dali ou de lá, para descobrir.