resumo do livro Capítulo 2 numa e a ninfa
O velho Gomes (assim fora conhecido o avô de Edgarda) era português de origem humilde, traficara, enriquecera e se fizera, com os anos, uma potência comercial a cidade. Quando edificou aquele casarão, ainda era roça Botafogo e o fizera amplo e franco como uma casa de campo. Viveu muito e enterrou quase todos os descendentes, exceto a filha, que se casou com o Dr. Neves Cogominho.
Cogominho não abandonou o casarão de Botafogo e só o deixou de habitar continuamente quando casou a filha. Assim mesmo tinha nela aposentos, mas dera para ficar em Petrópolis, onde antigamente costumava passar só três ou quatro meses.
O cunhado estava na Europa e grande parte da casa vivia fechada, só vindo a conhecer algumas dependências quando a velha tia de Cogominho, D. Romana, voltou de Sepotuba. A velha fazia abrir, varrer e espanar tudo aquilo diariamente e movia-se dentro do casarão com a liberdade de quem conheceu daqueles como centro de léguas quadradas de uma fazenda.
Soluções para a tarefa
Resposta:
O ar estava translúcido e fino. A manhã ia adiantada mas tinha ainda um pouco do encanto das primeiras horas. Botafogo é dos lugares do Rio de Janeiro aquele em que mais agradável é o amanhecer. A proximidade do mar e a vizinhança das altas montanhas, cobertas de vegetação, quando o sol é meigo, aí pelas primeiras horas do dia, casam-se, unem-se, fundem-se sob a luz macia e o céu azul, de tal forma que o encanto da manhã é inesquecível. Esquecemo-nos da áspera e violenta atmosfera das outras horas e mesmo de certas manhãs; deixamo-nos envolver na tênue e carinhosa gaze azulada do momento, totalmente, inteiramente, corpo e alma, idéias e sonhos, como se nos preparássemos para suportar os outros bravios instantes do dia.
Aquele dia amanhecera soberbo e quem andasse pelo arrabalde, pouco notaria as pretensiosas fachadas das casas, os gradis pelintras dos jardins, o movimento da criadagem, dos banhistas, para só aspirar o ar, aspirar e vê-lo e também as flores daqueles prudentes jardins minúsculos que bem medem a nossa riqueza, a nossa magnificência e o nosso luxo.
As palmeiras farfalhavam suavemente na rua Paissandu, levando o mar para as montanhas e trazendo a montanha para o mar; as árvores estremeciam na atmosfera e todos pareciam contentes. Os criados tagarelavam em grupos, cestos ao braço, mais animados para o árduo serviço; os caixeiros olhavam as cozinheiras com a ternura da manhã; os colegiais caminhavam brincando para as escolas; as patroas não tinham no rosto o enfado necessário do matrimônio, e os maridos, de volta do banho de mar, tiritavam alegres, sorridentes, esperançados nos seus negócios. A jocundidade da manhã porejava nas pessoas e nas coisas.
O diretor do Diário Mercantil , muito interessado no negócio da venda da Estrada de Ferro de Mato Grosso, tinha resolvido procurar Numa Pompílio, naquela manhã. Demandava a casa do deputado, sem notar a inocência e a bondade do momento e da paisagem, preocupado com a transação, desprezando as árvores, o ar, as montanhas, as flores e a gente.
Fuas Bandeira era português de nascimento e desde muito se achava no Brasil, metido em coisas de jornal. Homem inteligente, não era nem ignorante, nem instruído. Tinha a instrução e a inteligência de homem de comércio e pusera na sua atividade jornalística o seu espírito e educação comerciais. Escrevia, mas escrevia como um guarda-livros hábil. A influência da "correspondência" sentia-se bem na sua redação econômica de pontos, períodos longos, procurando dizer tudo sem suspender a pena.
Emigrado de Portugal, por motivos suspeitos, tendo recebido unicamente os princípios da educação secundária, Fuas foi durante muito tempo um fura-vidas sem felicidade. Sucessivamente guarda-livros, gerente de frontões, professor de montar em velocípedes de que era alugador, editor de pequenas revistas, concessionário de patentes que escondiam jogos de azar, um belo dia a magnanimidade de um patrício fê-lo empregado da gerência do Diário , mais tarde gerente e, quando o proprietário foi à Europa, deu-lhe procuração em causa própria para tratar dos negócios da empresa; e Fuas se serviu do instrumento para se apossar dos cabedais do protetor, não só dos que giravam na empresa, como dos particulares que ele soube, com a mais requintada má-fé e com a ousadia de ladrão profissional, arrancar à inexperiência de uma velha parenta do seu benfeitor e amigo, sob cuja guarda estavam.
Explicação:
ESPERO TER AJUDADO
ENVIO A CONTINUAÇAO
Lendo os jornais, fumando teimosamente, sem sentir a olente fragrância dos jasmins e a rua pitoresca, Fuas chegou à residência do parlamentar