Resumo do filme"O Doador de Memórias"
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O filem intitulado "O doador de memórias" nos apresenta como personagem principal Jonas, um jovem morador de uma pequena comunidade que é aparentemente ideal, sem doenças ou guerras e onde todo mundo é feliz.
Isso só é possível graças à um homem, que decidiu pegar todas as memórias ruins das pessoas e armazená-las, para que os habitantes pudessem viver sem sofrimento. Entretanto, Jonas descobre tal fato e decide fugir do mundo em que vive e proteger os que ama.
Resposta:
Explicação:
Uma das características que mais me agrada em distopias é a capacidade que esse gênero literário tem de incitar reflexões – o que não foi diferente com O Doador de Memórias, primeiro livro do quarteto O Doador, de Lois Lowry.
Talvez a sociedade a qual Jonas, o protagonista, pertença seja uma das mais controladas que já tive a oportunidade de conhecer em uma leitura, algo demonstrado pelo completo desconhecimento dos habitantes sobre tal grau de controle, o que implica em não questionarem seus modos de vida. Eles sequer pensam que possa existir outra forma de vida porque tudo o que eles conhecem é o próprio presente e a própria comunidade. Não há sentido em questionar quando se conhece apenas uma verdade e ela lhe é absoluta.
A utopia se faz presente nessa distopia pelo universo em questão ser, aparentemente, perfeito. Não há guerras ou quaisquer tipos de conflitos porque há uma grande rigidez de controle. Todos são criados para evitarem situações desconfortáveis e para seguirem as regras, as diferenças entre cada cidadão são minimizadas ao máximo e não existe a possibilidade de escolha em praticamente nada. As profissões são definidas pelos Anciões, uma espécie de conselheiros, quando os jovens completam 12 anos, e até mesmo as unidades familiares são formadas pelas decisões desses conselheiros: definem tanto os pares de cada um quanto os filhos que cada casal receberá – no máximo um menino e uma menina. As crianças nascem das “Mães biológicas”, mulheres escolhidas exclusivamente para darem a luz duas vezes, tornando-se depois operárias, funcionárias responsáveis por serviços braçais, de força física.
O fato de não haver questionamentos dos próprios personagens sobre o universo em que vivem está diretamente relacionado à ausência de explicações ao leitor sobre tal sociedade. Conforme a leitura prossegue, é possível compreender como a vida se desenvolve lá, mas em momento algum é transmitida uma informação direta. Não há explicações, a compreensão acontece pela observação do desenrolar dos fatos.
Em O Doador de Memórias temos o despertar de Jonas ao se tornar Recebedor, aquele quem receberá as memórias do mundo anterior ao conhecido e ficará responsável por guardá-las quando o atual Guardador deixar de exercer sua função. A partir do instante em que Jonas passa a conhecer outras verdades, começa a questionar, e, no primeiro livro, somente acompanhamos esse despertar. Ao mesmo tempo em que Jonas vai se dando conta do quanto desconhece, o leitor também vai compreendendo a profundidade e a implicância desse desconhecimento na vida da sociedade como um todo.
Conforme a leitura foi prosseguindo, fui sentindo todas as reflexões de Jonas como minhas, e fui me envolvendo cada vez mais com a leitura, querendo compreender melhor essa sociedade e descobrir o que a história ainda reservava. A escrita de Lowry em terceira pessoa é bastante fluida, e o fato do livro ser curto contribuiu para meu rápido envolvimento com o enredo. Também, novamente, fiquei encantada com as tantas metáforas que a literatura fantástica propicia. Uma das descobertas de Jonas ao se tornar Recebedor se refere às cores que ele passa enxergar. Assim, conforme descobre sobre o que de fato é a vida, passa a enxergar todas as nuances que a compõe, diferentemente de sua vida anterior, em preto e branco.
Dentre os pontos negativos, cito dois. Primeiramente, achei que alguns pontos ficaram muito vagos na história, como, por exemplo, quem está por trás de todo esse controle e porque ele começou. Porém, não apenas esse é o primeiro livro da série como também a história é narrada, mesmo que em terceira pessoa, por Jonas, alguém que sabe tão pouco sobre o assunto quanto o leitor. Também, após a segunda metade da história, senti que houve um aumento na velocidade do desenrolar dos acontecimentos a ponto de eu ter perdido a noção da cronologia da história.