Artes, perguntado por renato1166, 1 ano atrás

Resumo do filme "Branco Sai, Preto Fica".

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Respondido por luana418010
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Resposta:

Tiros em um baile de black music em Brasília ferem dois homens, que ficam marcados para sempre. Um terceiro vem do futuro para investigar o acontecido e provar que a culpa é da sociedade repressiva.

Respondido por marcodantas950
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O filme se inicia com o personagem de Marquim descendo um curioso elevador improvisado na pequena escada de sua casa. Chegando ao cômodo abaixo, percebemos que o rapaz opera uma mistura de rádio pirata e estúdio de trabalho no local. Então se inicia uma transmissão de rádio onde Marquim intercala o diálogo com a música, um diário de memórias pessoais. A música em vinil, nostálgico, é utilizada como pano de fundo do rap que o personagem tece para nos narrar uma noite típica no baile black Quarentão, realizado antigamente na Ceilândia, periferia brasiliense. Enquanto vamos conhecendo o cotidiano da noite na periferia da cidade, fotos antigas dos frequentadores do baile são exibidas na tela. De repente o tom animado do rap e da música se torna sombrio, pressentimos que algo não vai bem. A polícia militar invade o baile a gritos de “branco sai, preto fica”. Jovens negros são espancados, mutilados e atacados por nenhum motivo aparente. É um retrato da opressão branca, contra o povo negro. Está presente desde os primórdios da sociedade brasileira quando os portugueses decretaram com o apoio da igreja católica que o negro e o índio eram seres inferiores ao homem branco. E esse estigma nunca foi retirado de fato da nossa cultura, no fundo muitos ainda acreditam que o negro está em uma oposição inferior ao branco. O estado que deveria zelar pela justiça, foi e ainda é o motor de consumação dessa política de desigualdade. Há quem pense que o debate racial é assunto do passado, mas ele não é. A cultura da periferia ainda é marginalizada. O rap e o hip hop foram extremamente combatidos no passado como sendo “cultura de marginal”, porém hoje são vistos como arte pela crítica especializada e pelas pessoas em geral. E é utilizando a produção cultural do negro que Marquim arma um plano para se vingar do estado, que no caso, é o seu vilão. Ele cria com o apoio de um DJ uma “bomba de som” a ser arremessada no congresso nacional (símbolo do estado opressor), que se trata de uma mixtape de vários gêneros musicais representantes da cultura musical negra, intercalados com sons naturais da periferia como o de vendedores num mercado popular de rua.

O filme é uma inteligente analogia que nos afirma que em algum momento do futuro a história irá cobrar a humanidade pelo suas atitudes no passado. Quem irá depor contra o estado é ele próprio através da história, pois muitas das atrocidades cometidas pelos povos durante a geração da humanidade receberam respaldo de seus governos.  

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