Resumo de ampliando horizontes e descobrindo "outro"
Com o fim de eliminar a intermediação e baratear produtos, sobretudo as especiarias, alguns países da Europa passaram a investir na descoberta de novas rotas de acesso direto ao Oriente. Foi o caso de Portugal, que estava determinado a descobrir uma passagem marítima para as Índias e desenvolveu técnicas de navegação avançadas. Isso possibilitou a Vasco da Gama, no final do século XV, partir rumo às Índias, contornar o continente africano e retomar a seu país como herói, com naus carregadas de especiarias. Fora dada a partida para a Era das Grandes Navegações. A Coroa espanhola também se lançou ao mar em busca de uma rota que levasse ao Oriente, porém seguindo em direção ao oeste. À frente do empreendimento, Cristóvão Colombo deparou-se com um imprevisto: o Novo Mundo.
Assim, outra mudança importante no início dos “tempos modernos" foi a ampliação dos horizontes geográficos dos europeus por meio da conquista de novos mares e novos continentes. À expansão marítima, liderada inicialmente por Portugal e Espanha, seguiu-se a expansão colonial, que, a partir do século XVII, contou também com ingleses, franceses e holandeses.
A chegada dos europeus ao continente americano, no século XV, não apenas levou à descoberta de novas fontes de riqueza como também deu início a uma série de encontros fortemente marcados pelo estranhamento. Ao se depararem com povos cujos idiomas, hábitos e costumes eram completamente diferentes dos seus, os europeus registraram narrativas exóticas do Novo Mundo, vendo nos habitantes nativos verdadeiros selvagens. Diante dos muitos relatos que asseguravam o atraso e a inferioridade dos povos americanos, o filósofo francês Michel de Montaigne (1533-1592), em seu livro Ensaios, delineou uma perspectiva que punha em dúvida a razão e a sensibi
lidade de seus contemporâneos, questionando as certezas que sustentavam a tese da superioridade europeia. O capítulo “Dos canibais”, por exemplo, no qual o autor fala da perplexidade causada pela descoberta de índios antropófagos (os tupinambás), ressalta a variedade dos costumes humanos, sugerindo que o olhar de estranhamento em relação aos nativos deveria gerar a reflexão sobre a própria sociedade europeia:
Séculos mais tarde, o filósofo búlgaro Tzvetan Todorov (1939) retomou a discussão em seu conhecido livro A conquista da América: a questão do outro (de 1984). A chegada dos europeus à América provocou o que Todorov diz ser “o encontro mais surpreendente de nossa história". Foi o impacto desse encontro que causou o que o filósofo definiu como a "descoberta que o eu faz do outro". Todorov encontrou, nos relatos de viajantes que acompanharam as primeiras expedições ao Novo Mundo, as estratégias dos europeus para se comunicar com os povos nativos. Os relatos apaixonados dos viajantes mostraram a ele como se construiu o conceito de inferioridade dos indígenas em comparação com os que ali aportavam. A justificativa de inferioridade validou aquilo que o filósofo classificou como "o maior genocídio da história da humanidade”. “Colombo descobriu a América, mas não os americanos", defende Todorov. E aponta em sua análise um tema recorrente nas Ciências Sociais: associar a diferença à inferioridade e a semelhança à superioridade é prática comum, dada a dificuldade que os seres humanos têm, diz Todorov, de “perceber a identidade humana dos outros, isto é, admiti-los, ao mesmo tempo, como iguais e como diferentes”. Ser diferente não é ser inferior - esta é a mensagem mais importante da análise de Todorov daquele que foi considerado um
os mais impactantes encontros entre culturas de que há registro.
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triste muito triste realmente uma pena eu ñ pd te ajudar flw
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