Resumo da obra "a organização social dos tupinambá"
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Durante mais de quatro séculos foi vendida a imagem do índio como um homem geneticamente preguiçoso, um homem nada afeito ao trabalho sistemático. Esta preguiça, entretanto, seria mera consequência da riqueza da terra. O índio brasileiro vivia numa espécie de Leste do Éden , um espaço onde tudo estava à mão e nenhuma necessidade se apresentava. Daí seu nomadismo, seu desapego a terra, seu desprezo ao trabalho. Também daí vinha seu caráter de povo sem lei, nem fé, nem rei e a formação de uma sociedade onde tudo era permitido, inclusive o canibalismo, a promiscuidade e a libertinagem.
Florestan Fernandes com seu trabalho A Organização Social dos Tupinambá foi pioneiro no trabalho de corrigir o erro histórico. Seus estudos sobre os Tupinambá nasceram da análise dos textos escritos pelos cronistas coloniais, como Gabriel Soares de Sousa e João Antonio Andreoni, afinal a nação indígena já de muito estava extinta quando Florestan se dispôs a estudá-la. O original em seus escritos está na nova interpretação que dá ao meio de vida desses índios. E a partir de então passa a demolir os mitos de degradação daquela gente.
O primeiro desses mitos é a absoluta falta de leis entre as tribos. Eles viviam sim sob fortes e seguros códigos. O ritual do canibalismo pode servir de exemplo a esta espécie de direito consuetudinário. O índio não praticava o canibalismo como uma forma desumana de alimentação. Suas crenças diziam que somente deviam ser comidos os guerreiros aprisionados em combate e que, na hora da morte, não se acovardassem.
Cordiais no convívio, os índios mantinham um forte rigor com sua fé. Aliás, todas as práticas estavam escudadas neste regime de crenças. Logo que nasciam os meninos recebiam pequenos arcos e flechas, pois isso iria garantir que eles seriam bons guerreiros e caçadores. Na morte eram sepultados em posição fetal pois esta era a melhor maneira de se alcançar a “terra sem males”, que ficava no centro da superfície terrestre. Acreditavam ainda numa espécie de Deus que guiava os seus destinos. Eles tinham um sistema de fé desenvolvido e praticante.
O sistema de poder tinha um ritual de eleição. Os grupos indígenas escolhiam seus líderes a partir de alguns requisitos. O primeiro deles era o poder da força. Ao bom guerreiro era dado poder de liderança. Em alguns casos, entretanto, este poder era conquistado pelos pajés ou pelos homens mais velhos, em suma, por aqueles que tinham o saber. Entretanto nunca o poder era fruto de uma mera concessão hereditária. Em outras palavras, os Tupinambá tinham líderes que asseguravam autoridade e até domínio sobre os demais. Ou seja, havia sim uma realeza até bem justa, pois era fruto de requisitos necessários à sobrevivência cotidiana do grupo.
Quebrando todos os tabus, todas as mentiras, Florestan Fernandes provou que os Tupinambá tinham lei, fé e rei. Era, enfim, um povo, ao seu modo, culturalizado
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Como posso fazer uma pequena explicação sobre a organização social dos tupinambá?
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