resumo da carta a meneceu
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A carta de Epicuro a Meneceu tem como tema a questão da felicidade, que logo no início se mostra interligada com o esclarecimento adquirido através da filosofia, pois ele é capaz de proporcionar a saúde do espírito e assegurar os elementos fundamentais para uma vida feliz.
Primeiramente, o filósofo assume a existência da Divindade, mas esta possui seu conceito geral modificado pelo homem, que se esquece de sua imortalidade para lhe atribuir características e virtudes humanas. Devemos deixar de pensar em Deus como aquele que vai julgar atitudes boas ou más, e atribuir a ele somente questões que estão além da compreensão de seres limitados pela mortalidade como nós.
É fundamental para a felicidade do homem que este tenha consciência de que não é um ser imortal, e que deve aproveitar a vida de maneira plena, fazendo esta valer a pena mesmo que seja breve, uma vez que, a qualquer momento, pode e vai chegar ao fim. Entender que a morte representa somente a privação das sensações é necessário para que, durante a vida, não exista preocupação com sua chegada; até porque, não há motivo para temer algo que, no presente, não nos aflige diretamente, e que quando acontecer, não mais seremos capazes de presenciar.
Ao contrário do que diz o senso comum, o prazer não é algo desfrutável, proveniente da fartura e do gozo. Ele representa a ausência de sofrimentos, e, segundo Epicuro, é o início e o fim de uma vida feliz. Isso porque a felicidade, objetivo universal, é o maior propósito das atitudes tomadas por um homem; uma vez alcançada, seus anseios são saciados, e ele não mais sentirá sua ausência, nem a necessidade de buscá-la. Entretanto, a racionalidade nos permite escolher os prazeres de acordo com as consequências que trarão, e que nem sempre são boas; às vezes é necessário privar-se, para futuramente alcançar um prazer que seja totalmente benéfico e duradouro tanto quanto possível.
Para a felicidade, é igualmente necessário estar habituado à simplicidade, e preparado para enfrentar as dificuldades e a escassez. Um homem sensato não depende de riquezas e bens materiais para ser feliz, pois tudo pode se perder a qualquer momento, e se isso acontecer, ainda assim sua felicidade não estará perdida. Nas palavras do próprio filósofo, “é preferível ser desafortunado e sábio, a ser afortunado e tolo”.