resumo a era das revolucoes capitulo 15- eric hobsbawn
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A Era das Revoluções
Hobsbawn inicia sua interpretação ao apresentar o mundo da época como “maior” e “menor”, se comparado ao atual. “Menor”, já que tanto a população, quanto a estrutura física do homem do período era bem reduzida. Mesmo entre os homens da ciência, o conhecimento sobre o Mundo que o cercava e a sua população era estreito. “Maior”, já que, para seus habitantes, o Mundo era extremamente grande enquanto visto pela ótica das dificuldade nas comunicações e a pequena (ou quase inexistente) mobilidade de seus habitantes entre suas regiões. Ou seja, a maior parte das notícias chegavam às pessoas através dos viajantes e nômades e muito posteriormente às suas ocorrências, dada a ausência de jornais e periódicos ou mesmo em virtude do comum analfabetismo. Além disso, a maioria dos indivíduos, a não ser por causas como o recrutamento militar, nasciam, viviam e morriam em seu local de nascimento.
Era um mundo rural, com raras grandes áreas “urbanas” (como Londres e Paris), permeado por uma economia voltada ao campo. O trabalhador rural não possuía um conceito muito diferenciado do escravo: dedicava-se ao trabalho forçado nas terras de seu senhor, submetia-se a exploração e, em alguns casos, poderia até mesmo ser vendido.
Em vista deste quadro feudal, gradativamente desponta uma sociedade rural diferenciada em algumas partes da Europa. A Inglaterra é o grande exemplo desta diferença, com um número considerável de seus agricultores voltados aos empreendimentos comerciais médios, dotados de mão-de-obra contratada.
Outro fator relevante para a implantação industrial, segundo o autor, quanto a Grã-Bretanha, era o incentivo econômico de seu governo às atividades comerciais e manufatureiras. Não devendo a este ponto se subestimar no período ao Iluminismo, enquanto facilitador e incentivador da propagação do conhecimento e ao mesmo tempo, sendo fruto do progresso da classes mercantis, economicamente progressistas e pré-industriais. Formam-se, assim, sociedades provincianas através de homens que incentivavam ao progresso científico, político e econômico, tendo como principais núcleos a própria Inglaterra e a França – os centros da “dupla revolução”.
Através da ideologia propagada pelo Iluminismo, surgem os princípios universais que guiariam a Revolução Francesa: Liberté, Egalité, Fraternité (liberdade, igualdade e fraternidade). Fato é, entretanto, que este mesmo pensamento, apesar de inovador, repleto de idéias humanitárias, de racionalidade e de progresso, ainda que indiretamente, favoreceu à consolidação do capitalismo. Ainda que muitos pensadores iluministas estivessem ao lado dos governantes monárquicos, em muito esta ideologia colaborou para o declínio do Antigo Regime. Desta forma, com o desenvolvimento do capitalismo, a burguesia continuou sua ascensão econômica na como Inglaterra e França.
Entretanto, o fator preponderante para que existisse a Revolução Industrial na Inglaterra não foi apenas a presença de pensamentos inovadores ou mesmo do avanço científico e tecnológico. Na realidade, a Inglaterra dispunha de uma estrutura político-econômica anterior que já favorecia às atividades mercantis, assim como uma agricultura que igualmente beneficiava ao crescimento econômico. Todavia, a verdadeira e real explosão da Revolução Industrial ocorreu na medida em que vislumbrou-se uma possibilidade de alcançar dividendos na produção de consumo de massa (do algodão, por exemplo), através uma tecnologia relativamente rudimentar e pouco onerosa. Aliado a este aspecto, tais empresários descobriram o mercado externo, como real fonte de lucro, ajustando-se plenamente às estruturas capitalistas.