Resumidamente, o que foi a emancipação brasileira ?
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A emancipação política do Brasil
Publicado em 5 de setembro de 2015 por Professor Alcides Amorim
A independência do Brasil era desejo de muitos grupos brasileiros que não suportavam mais o sistema colonial imposto por Portugal. Muitas revoltas com objetivos separatistas aconteceram no Brasil, mas o passo final para isto se deu a partir da vinda da família real (1808), a Revolução do Porto em 1820 e o retorno de D. joão para Portugal em 1821.
Um pouco antes, em 1806, Napoleão Bonaparte, decretou o Bloqueio Continental, com o objetivo de enfraquecer, economicamente, a Inglaterra. Por isso, todas as nações europeias foram impedidas de negociar com ela.
A Família real portuguesa instala-se no Rio de Janeiro
Nessa época, no final do ano de 1807, Portugal era governado pelo príncipe regente D. João, pois sua mãe, a rainha D. Maria I, sofria de problemas mentais. Como Portugal era aliado da Inglaterra, D. João viu-se em difícil situação: se aderisse ao bloqueio continental, os ingleses impediriam as comunicações e o comércio entre Portugal e Brasil, estimulariam a independência da colônia e passariam a comercializar diretamente com o novo Estado.
Para solucionar o impasse, D. João decidiu transferir para o Brasil a sede do governo de Portugal. Com a ajuda dos aliados ingleses, a família real, seus parentes, os principais funcionários do reino, criados e dependentes embarcaram para a colônia. Cerca de 15 mil pessoas viajaram, mal acomodados, em catorze navios carregados de bens pessoais, documentos, bibliotecas, coleções de arte e tudo o que era possível transportar.
Nas proximidades do litoral do Brasil, uma forte tempestade dispersou as embarcações. Algumas, entre elas a de D. João, aportaram em Salvador, em janeiro de 1808. Outras aportaram no Rio de Janeiro. Em março, D. João transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde foi recebido com grandes festas, preparada pelos funcionários do reino que haviam chegado antes.
A transferência da corte trouxe muitos transtornos à população do Rio de Janeiro por causa das dificuldades para acomodar cerca de 15 mil pessoas. Foi dada ordem de despejo aos moradores das melhores residências do Rio de Janeiro, afixando-se nas portas a sigla P. R., que queria dizer Príncipe Regente. A população, revoltada, lia-a de maneira diversa: “Ponha-se na Rua” ou “Prédio Roubado”.
Mudanças econômicas
Uma das primeiras medidas que D. João tomou ao chegar ao Brasil foi ordenar a abertura dos portos da colônia a todas as nações amigas. Já que Portugal tinha sido tomado pelos franceses, o Império Português, agora com sede no Brasil, só poderia comercializar com outros povos a partir dos portos brasileiros.
Essa medida beneficiava, sobretudo, os ingleses, que, naquela época, dominavam o comércio mundial. Além do comércio livre com o Brasil, os ingleses fizeram ainda uma cobrança pela ajuda que haviam prestado à família real portuguesa: desejavam vantagens comerciais. Em 1810, D. João assinou um tratado que favorecia os ingleses em seu comércio com o Brasil. Enquanto os outros países pagavam ao governo português a taxa de 24% sobre o preço das mercadorias que vendessem aos comerciantes do Brasil, a Inglaterra pagava apenas 15%. Os produtos ingleses podiam assim ser vendidos por preços mais baixos que os de outros países, inclusive os da própria metrópole. Isso prejudicava o desenvolvimento das atividades econômicas na colônia.
Além dessas medidas, outras decisões foram tomadas por D. João. Elas serviram de estímulo para as atividades econômicas do Brasil. Destacamos como principais as seguintes:
cancelamento da lei que proibia a instalação de manufaturas – como a de tecidos – no Brasil, medida que obteve poucos resultados em virtude da concorrência dos produtos ingleses;construção de estradas; – melhoramento dos portos;introdução de espécies vegetais, como o chá;promoção da vinda de colonos europeus; – instalação de manufaturas.
A produção agrícola voltou a crescer. Ao lado do açúcar e do algodão – principais produtos exportados no início do século XIX – surgiu o café. O novo produto, em poucos anos, passaria a ocupar o primeiro lugar nas exportações brasileiras.
Publicado em 5 de setembro de 2015 por Professor Alcides Amorim
A independência do Brasil era desejo de muitos grupos brasileiros que não suportavam mais o sistema colonial imposto por Portugal. Muitas revoltas com objetivos separatistas aconteceram no Brasil, mas o passo final para isto se deu a partir da vinda da família real (1808), a Revolução do Porto em 1820 e o retorno de D. joão para Portugal em 1821.
Um pouco antes, em 1806, Napoleão Bonaparte, decretou o Bloqueio Continental, com o objetivo de enfraquecer, economicamente, a Inglaterra. Por isso, todas as nações europeias foram impedidas de negociar com ela.
A Família real portuguesa instala-se no Rio de Janeiro
Nessa época, no final do ano de 1807, Portugal era governado pelo príncipe regente D. João, pois sua mãe, a rainha D. Maria I, sofria de problemas mentais. Como Portugal era aliado da Inglaterra, D. João viu-se em difícil situação: se aderisse ao bloqueio continental, os ingleses impediriam as comunicações e o comércio entre Portugal e Brasil, estimulariam a independência da colônia e passariam a comercializar diretamente com o novo Estado.
Para solucionar o impasse, D. João decidiu transferir para o Brasil a sede do governo de Portugal. Com a ajuda dos aliados ingleses, a família real, seus parentes, os principais funcionários do reino, criados e dependentes embarcaram para a colônia. Cerca de 15 mil pessoas viajaram, mal acomodados, em catorze navios carregados de bens pessoais, documentos, bibliotecas, coleções de arte e tudo o que era possível transportar.
Nas proximidades do litoral do Brasil, uma forte tempestade dispersou as embarcações. Algumas, entre elas a de D. João, aportaram em Salvador, em janeiro de 1808. Outras aportaram no Rio de Janeiro. Em março, D. João transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde foi recebido com grandes festas, preparada pelos funcionários do reino que haviam chegado antes.
A transferência da corte trouxe muitos transtornos à população do Rio de Janeiro por causa das dificuldades para acomodar cerca de 15 mil pessoas. Foi dada ordem de despejo aos moradores das melhores residências do Rio de Janeiro, afixando-se nas portas a sigla P. R., que queria dizer Príncipe Regente. A população, revoltada, lia-a de maneira diversa: “Ponha-se na Rua” ou “Prédio Roubado”.
Mudanças econômicas
Uma das primeiras medidas que D. João tomou ao chegar ao Brasil foi ordenar a abertura dos portos da colônia a todas as nações amigas. Já que Portugal tinha sido tomado pelos franceses, o Império Português, agora com sede no Brasil, só poderia comercializar com outros povos a partir dos portos brasileiros.
Essa medida beneficiava, sobretudo, os ingleses, que, naquela época, dominavam o comércio mundial. Além do comércio livre com o Brasil, os ingleses fizeram ainda uma cobrança pela ajuda que haviam prestado à família real portuguesa: desejavam vantagens comerciais. Em 1810, D. João assinou um tratado que favorecia os ingleses em seu comércio com o Brasil. Enquanto os outros países pagavam ao governo português a taxa de 24% sobre o preço das mercadorias que vendessem aos comerciantes do Brasil, a Inglaterra pagava apenas 15%. Os produtos ingleses podiam assim ser vendidos por preços mais baixos que os de outros países, inclusive os da própria metrópole. Isso prejudicava o desenvolvimento das atividades econômicas na colônia.
Além dessas medidas, outras decisões foram tomadas por D. João. Elas serviram de estímulo para as atividades econômicas do Brasil. Destacamos como principais as seguintes:
cancelamento da lei que proibia a instalação de manufaturas – como a de tecidos – no Brasil, medida que obteve poucos resultados em virtude da concorrência dos produtos ingleses;construção de estradas; – melhoramento dos portos;introdução de espécies vegetais, como o chá;promoção da vinda de colonos europeus; – instalação de manufaturas.
A produção agrícola voltou a crescer. Ao lado do açúcar e do algodão – principais produtos exportados no início do século XIX – surgiu o café. O novo produto, em poucos anos, passaria a ocupar o primeiro lugar nas exportações brasileiras.
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