Português, perguntado por rayanacruz8, 1 ano atrás

resenha do livro cada um por si titanic . falando oq eu entendi

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Respondido por alexiaklunkes
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O título do romance de Beryl Bainbridge é, por si só, um prelúdio do conteúdo abordado na obra: a luta pela sobrevivência no famoso naufrágio do Titanic. Contudo, o livro não se concentra apenas no desastre marítimo, mas acompanha a viagem desde a sua partida, em 10 de abril de 1912, até o naufrágio em 14 de abril, estendendo-se até o dia 15.
O livro é narrado em primeira pessoa por um rapaz chamado Morgan, sobrinho do proprietário da White Star Line e é dividido em seis capítulos (mais o prólogo), ao longo dos quais o foco maior é dado ao protagonista e às suas perspectivas de narrador-personagem. Assim sendo, a obra tem um quê de romance psicológico, uma vez que, mescladas às descrições referentes à viagem inaugural do Titanic, o jovem Morgan passa muito tempo remoendo lembranças relativas ao seu passado, à vida em família, sua infância e, particularmente, à frágil relação por reminiscências com a mãe que não chegou a conhecer.
Além do protagonista, entretanto, Bainbridge apresenta outros personagens peculiares cujas existências cruzam em algum momento com a de Morgan: o misterioso e magnético Scurra (é ele que, ainda antes da tragédia afirma que “na vida é cada um por si”); a cantora de ópera Adele – uma presença quase etérea no navio; o alfaiate Rosenfelder, que nutre um interesse “platônico” e profissional por Adele (deseja que ela use um vestido exclusivo seu em uma das apresentações); por fim, há a jovem, volúvel e fútil Wallis, por quem Morgan é apaixonado. Eventualmente, há também as aparições de Bruce Ismay, capitão Edward Smith e Thomas Andrews, figuras históricas reais presentes no Titanic.
“Cada um por si” pode enganar aqueles que procuram um livro especificamente sobre a tragédia, pois, como dito, o romance se estende além do naufrágio, sendo que este só é tratado no penúltimo capítulo do livro. A propósito, o “Um romance” do subtítulo (acréscimo da edição brasileira que não existe no título original) nada tem a ver com “história romântica”, significando apenas o gênero da obra, não o estilo. Nesse aspecto, em nada lembra o megassucesso dramático do filme “Titanic”, de James Cameron – não que isto seja um desmerecimento ao livro, que se mantém sóbrio e lacônico até o fim; o problema é que, ao mesmo tempo que evita sentimentalismos excessivos, o livro de Bainbridge por vezes torna os personagens e suas ações muito mecânicas (o que compromete a empatia do leitor por eles).
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