História, perguntado por Priscilaofficial, 11 meses atrás

resenha do filme amista

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Respondido por Usuário anônimo
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O ano era 1839, e o filme baseado na história real de negros africanos traficados pelo navio espanhol La Amistad.

Próximo à costa cubana, Cinqué consegue se libertar das correntes e com a ajuda de outros africanos, ocupam todo o navio e matam a tripulação, deixando apenas dois espanhóis vivos, para que estes os levassem de volta para África. Os espanhóis temendo por suas vidas quando chegassem em terras africanas, mudaram a rota e direcionaram La Amistad para os Estados Unidos da América, onde novamente os negros foram aprisionados e tornaram-se também réus em um dos julgamentos mais comoventes sobre a questão da escravidão.

Sem conseguirem se comunicar com os africanos, os americanos iniciariam o julgamento embasando-se na morte da tripulação do navio. Porém, a prisão dos negros tornou-se um problema de grandes proporções, envolvendo o tratado dos oceanos entre Estados Unidos e Espanha (1795), onde a coroa espanhola alegava direito de propriedade sobre os escravos, a marinha americana querendo compensar ‘prejuízos’ de combate para justificar a posse do navio e todo seu carregamento, e os dois espanhóis sobreviventes, tentando tirar vantagem da situação, também entraram na luta pela ‘mercadoria’ do navio. Todos alegavam direitos sobre os escravos, além dos muitos movimentos abolicionistas e de direitos humanos que já haviam se formado no país, e que clamavam pela liberdade dos prisioneiros e a reintegração às suas terras de origem. Mas como é possível defender pessoas com as quais não existe um canal de comunicação?

Assim o fez o advogado Roger Baldwin, que apresentou o inventário da carga do navio que provava a origem dos prisioneiros como sendo de Serra Leoa, e adquiridos através do tráfico de escravos. Foi um passo importante mas não garantia liberdade aos prisioneiros, pois uma questão política insurgia e o receio de uma Guerra Civil estimulada pelo desenrolar do julgamento, fez com que o Poder Executivo designasse um novo juiz para dificultar a ação da defesa.

O advogado Baldwin precisava provar mais do que apenas a origem dos réus, mas também contar um pouco da história de vida de cada um, e por obra de uma sorte muito grande encontra um africano letrado em inglês disposto a ajudar. À partir desse momento os relatos de Cinqué mostram todo o caminho percorrido, a crueldade com que foram sequestrados e subjugados, o porão do Amistad e todas as intempéries até chegarem em terras americanas.

Diante da apresentação dos relatos de Cinqué o novo juíz decidiu em prol dos africanos, e assegurou o direito de retorno ao país de origem em um navio custeado pelo governo americano, algo inédito que teve repercussão internacional. Porém com a ameaça de Guerra Civil, a luta ainda não estava ganha, tendo ainda que passar pela Suprema Corte Americana que era constituída em sua maioria por sulistas proprietários de terras e de escravos. Baldwin então faz um apelo e passa a contar com a ajuda do ex-presidente americano John Quincy Adams.

Baseando seu discurso na Declaração da Independência dos Estados Unidos da América que assegurava igualdade e liberdade entre todos os homens, Adams com êxito, garantiu a liberdade dos réus, reconhecendo que eles haviam se rebelado contra aqueles que os privaram de uma condição natural de liberdade.
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