resenha crítica do mundo de sofia, alguém sabe ?
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Sofia Amundsen é uma norueguesa de apenas 14 anos. Na véspera de seu aniversário, ela começa a receber correspondências um tanto quanto estranhas: a partir de então ela passa a ter lições de filosofia por cartas, vídeos, conversas e bilhetes. Mais tarde ela descobre que Alberto Knox, um senhor muito peculiar, é que é o autor de tal curso filosófico, e ele passa a ser o seu professor. Mas o mais estranho na vida de Sofia não é a existência de Alberto e do curso de filosofia, mas sim os cartões postais que começa a receber do Líbano, só que endereçados a uma certa Hilde Knag, pessoa totalmente desconhecida para Sofia. E tais cartões vão ficando, à medida que a leitura transcorre, cada vez mais misteriosos e curiosos: parece que todos têm uma conexão com Sofia, pois o remetente sempre citava a garota como sendo intermediária de tais correspondências...
Contando com um curso completo sobre a superfície da filosofia, Sofia aprende sobre os pensamentos da Antiguidade Clássica, da Idade Média, da época Moderna e da atualidade. Passa por Aristóteles, Santo Agostinho, Descartes, Kant, Marx e até Darwin!
O mundo de Sofia me provocou sentimentos antagônicos: uma de suas partes, a filosofia, realmente cumpriu a sua proposta. A didática do autor é realmente muito boa, principalmente ao colocar uma matéria tão difícil (e até incompreensível) na perspectiva de aprendizado de uma garota e na forma de uma conversa "casual". Entre aspas porque aquilo tudo era premeditado por Alberto, porém foge dos habituais livros didáticos que amedrontam qualquer aluno.
Porém, a história secundária, a do mundo de Sofia, apesar de me prender pelo mistério até as últimas páginas (que é praticamente quando há uma revelação), não me cativou e muito menos me satisfez. Digo isso por dois motivos principais:
1: Eu não gostei do final. Esperava mais e algo um pouco mais racional. Sabe quando parece que o autor teve que correr com a explicação e, mais do que isso, inventar algo absurdo para poder encaixar? Não sei, possivelmente o final faça sentido para alguns, porém eu esperava algo muito mais genial e ligado à filosofia, como aconteceu com quase toda a história de Sofia durante o curso.
2: Percebi desde o começo que a química entre os diálogos de Sofia e de Alberto Knax é quase mínima. Parece mesmo que o autor escreveu primeiro o curso de filosofia, depois colocou na forma dos diálogos de Alberto e, finalmente, inseriu Sofia como interlocutora. Porém, tive a impressão de não haver tanta ligação entre a segunda parte (construção dos diálogos de Alberto a partir dos textos filosóficos) e a terceira (inserção da personagem Sofia entre os diálogos de Alberto): me sentia muito constrangida quando a Sofia falava/perguntava algo para Alberto e este não respondia, continuava falando sobre os pensamentos filosóficos. Realmente, parece uma relação mal trabalhada.
Mas o meu objetivo ao começar a ler esse livro era o de aprender filosofia acima de qualquer coisa. É claro que uma história envolvente e satisfatória teria feito eu gostar mais do livro como um todo. Entretanto, não fiquei tão decepcionada com ele, pois realmente me ensinou muita coisa e eu gostei da história secundária até as últimas páginas. Praticamente, somente o final é que estragou o livro. A premissa, no entanto, de um livro que ensine filosofia é cumprida com maestria e, se o leitor está mais interessado em aprender a matéria, sairá contente mesmo que não goste da história.
O que achei bacana é o fato de os sistemas filosóficos ficarem cada vez mais verossímeis e aceitáveis conforme são mais próximos do nosso tempo. Isso foi explicado logo depois que constatei, quando Sofia aprendeu sobre Hegel: o homem é fruto de seu tempo. Nossos pensamentos são impregnados pelo contexto histórico atual, por isso consideramos os pensamentos mais antigos absurdos (ou meramente rasos.)
Outra coisa muito interessante é a inserção (intertextualidade) de muitas outras personagens que conhecemos, como o Ursinho Pooh, a Alice no país das maravilhas, A Chapeuzinho Vermelho... A narrativa se tornou mais suave e engraçada.
Tenho esse livro há anos, comprei quando ainda existia Blockbuster aqui na minha cidade, então já se percebe que o livro ficou abandonado na prateleira por muitos anos. O porquê disso é pura e simplesmente a complexidade que ainda reside no fato de aprender filosofia, mesmo que sob uma forma mais cativante. Por conta desta dificuldade, comecei a ler o livro duas vezes quando mais nova e não consegui terminá-lo em ambas. Esse ano dei novamente mais uma chance em setembro, mas como o conteúdo ainda é maçante e reflexivo (no sentido de ter que parar de ler para poder pensar a respeito), li metade e parei, só terminando-o no mês passado, novembro. Então o que digo é, esteja preparado para uma leitura lenta, gradual, mas enriquecedora. Como diria Brás Cubas (personagem de Machado de Assis): "o maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar".
Contando com um curso completo sobre a superfície da filosofia, Sofia aprende sobre os pensamentos da Antiguidade Clássica, da Idade Média, da época Moderna e da atualidade. Passa por Aristóteles, Santo Agostinho, Descartes, Kant, Marx e até Darwin!
O mundo de Sofia me provocou sentimentos antagônicos: uma de suas partes, a filosofia, realmente cumpriu a sua proposta. A didática do autor é realmente muito boa, principalmente ao colocar uma matéria tão difícil (e até incompreensível) na perspectiva de aprendizado de uma garota e na forma de uma conversa "casual". Entre aspas porque aquilo tudo era premeditado por Alberto, porém foge dos habituais livros didáticos que amedrontam qualquer aluno.
Porém, a história secundária, a do mundo de Sofia, apesar de me prender pelo mistério até as últimas páginas (que é praticamente quando há uma revelação), não me cativou e muito menos me satisfez. Digo isso por dois motivos principais:
1: Eu não gostei do final. Esperava mais e algo um pouco mais racional. Sabe quando parece que o autor teve que correr com a explicação e, mais do que isso, inventar algo absurdo para poder encaixar? Não sei, possivelmente o final faça sentido para alguns, porém eu esperava algo muito mais genial e ligado à filosofia, como aconteceu com quase toda a história de Sofia durante o curso.
2: Percebi desde o começo que a química entre os diálogos de Sofia e de Alberto Knax é quase mínima. Parece mesmo que o autor escreveu primeiro o curso de filosofia, depois colocou na forma dos diálogos de Alberto e, finalmente, inseriu Sofia como interlocutora. Porém, tive a impressão de não haver tanta ligação entre a segunda parte (construção dos diálogos de Alberto a partir dos textos filosóficos) e a terceira (inserção da personagem Sofia entre os diálogos de Alberto): me sentia muito constrangida quando a Sofia falava/perguntava algo para Alberto e este não respondia, continuava falando sobre os pensamentos filosóficos. Realmente, parece uma relação mal trabalhada.
Mas o meu objetivo ao começar a ler esse livro era o de aprender filosofia acima de qualquer coisa. É claro que uma história envolvente e satisfatória teria feito eu gostar mais do livro como um todo. Entretanto, não fiquei tão decepcionada com ele, pois realmente me ensinou muita coisa e eu gostei da história secundária até as últimas páginas. Praticamente, somente o final é que estragou o livro. A premissa, no entanto, de um livro que ensine filosofia é cumprida com maestria e, se o leitor está mais interessado em aprender a matéria, sairá contente mesmo que não goste da história.
O que achei bacana é o fato de os sistemas filosóficos ficarem cada vez mais verossímeis e aceitáveis conforme são mais próximos do nosso tempo. Isso foi explicado logo depois que constatei, quando Sofia aprendeu sobre Hegel: o homem é fruto de seu tempo. Nossos pensamentos são impregnados pelo contexto histórico atual, por isso consideramos os pensamentos mais antigos absurdos (ou meramente rasos.)
Outra coisa muito interessante é a inserção (intertextualidade) de muitas outras personagens que conhecemos, como o Ursinho Pooh, a Alice no país das maravilhas, A Chapeuzinho Vermelho... A narrativa se tornou mais suave e engraçada.
Tenho esse livro há anos, comprei quando ainda existia Blockbuster aqui na minha cidade, então já se percebe que o livro ficou abandonado na prateleira por muitos anos. O porquê disso é pura e simplesmente a complexidade que ainda reside no fato de aprender filosofia, mesmo que sob uma forma mais cativante. Por conta desta dificuldade, comecei a ler o livro duas vezes quando mais nova e não consegui terminá-lo em ambas. Esse ano dei novamente mais uma chance em setembro, mas como o conteúdo ainda é maçante e reflexivo (no sentido de ter que parar de ler para poder pensar a respeito), li metade e parei, só terminando-o no mês passado, novembro. Então o que digo é, esteja preparado para uma leitura lenta, gradual, mas enriquecedora. Como diria Brás Cubas (personagem de Machado de Assis): "o maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar".
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