resenha critica do filme your name
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Eu preciso começar essa resenha falando que, pra mim, é impossível falar de “Your Name.” usando como referencia apenas o livro, porque o próprio filme, o mangá e até mesmo a trilha sonora, fazem parte de um pacote completo na minha opinião. Não tem como indicar um, sem ao menos indicar o outro.
Tudo começou um belo dia quando meu irmão mais novo chegou e falou que eu devia assistir esse anime. E depois de muita insistência da parte dele, eu acabei cedendo e eu não tinha nem ao menos a mais remota ideia do quanto eu acabaria me apaixonando por essa história porque bem, romance não é algo que geralmente funciona bem pra mim. Eu sou uma grande fã de suspenses e de tragédias, de dramas, mas romance? Nem tanto assim.
Acontece que simplesmente não tem como não se apaixonar pela história de “Your Name”, porque ela carrega um pouco de tudo dentro dela: tem tradições, tem lendas, tem ficção cientifica, tem romance, tem de tudo.
“-Ora, ora, Mitsuha – diz a vovó, me observando como se investigasse minha expressão.
Minha sombra se reflete nos olhos pretos e profundos dela.
– Você está sonhando, não está?”
Bem, me deixe falar um pouco sobre a história: como diz na sinopse do livro, “Your Name.” conta a historia de Mitsuha e Taki, dois jovens que não tem absolutamente nada em comum: eles não se conhecem, eles nem ao menos moram perto – ela mora no interior e ele mora em Tóquio – e eles nunca nem ao menos saberiam um do outro se não fosse por um simples detalhe: eles começam a trocar de corpo um com o outro, fazendo com que Mitsuha viva como Taki e ele viva como ela alguns dias da semana.
Como eles não tem ideia do motivo que leva isso acontecer, eles começam a deixar recados um para o outro, falando o que eles podem ou não fazer quando trocam de corpo, avisando ao outro o que aconteceu durante o dia, para que isso seja menos incomodo, enquanto eles tentam descobrir o que tem levado a isso.
“-Por isso, dê valor a você agora e ao que você presencia. Por mais especiais que sejam, sonhos são apenas sonhos. Eles vão desaparecer quando você acordar.”
Isso é tudo, mas tudo mesmo que eu posso falar sobre o plot sem entregar o principal, sem dar um spoiler gigantesco sobre as coisas que acontecem no futuro, sobre todo o resto da história e acreditem vocês querem ler esse livro – ou assistir o anime ou ler os mangas – sem ter a menor ideia do que está por vir para serem pegos bem de surpresa mesmo.
Falando diretamente sobre o anime, eu acho bem importante falar sobre a delicadeza que ele tem, cada pequeno traço é realmente muito delicado, cada detalhe da paisagem e dos personagens, é tudo muito bem perfeitinho. Isso sem contar a trilha sonora que é toda uma obra prima a parte que vocês podem conferir clicando AQUI.
“-Eu vim te ver – digo a Mitsuha, que não para de chorar. Mas as lágrimas dela parecem pequenas bolas de gude, transparentes e redondinhas. – Foi difícil, sabia? Você estava muito longe.”
O mangá também é bem primoroso e ele foi dividido em três volumes diferentes e é vendido aqui no Brasil pela JBC Mangás. Agora, falando mais especificamente sobre o livro, eu vou ser sincera e falar o que eu pensei: O filme é maravilhoso, um dos melhores que eu já vi na vida, o mangá é muito bom também. Mas o livro só funcionou pra mim porque já é uma história que eu amo e que eu conheço, porque se eu tivesse lido sem saber de tudo, eu acho que não teria gostado tanto assim porque fica meio confuso a troca de pov e como as coisas estão acontecendo.
Eu acho que, se você ainda não assistiu “Your Name.”, você devia correr e assistir logo, porque é definitivamente algo que vale a pena. É emocionante e é bonito visualmente e com uma história que ainda que pareça “clichê”, é maravilhosa. E depois que você assistir o filme, corra pra ler o livro, porque toda adaptação dessa história vale a pena ser vista!
Eu só queria botar também uma pequena observação que o próprio autor incluiu no final do livro, falando como ele mesmo achava que “Your Name.” não devia ser apenas uma obra literária:
“No inicio desse posfácio, eu afirmei que esta história é mais apropriada para ser exibida na forma de filme de animação (…) Mesmo acreditando nisso, eu acabei escrevendo este livro. Fiz isso porque tive vontade de escrevê-lo.
Porque senti que pode existir um Taki ou uma Mitsuha por aí em algum lugar. Logico que esta história é uma fantasia, mas acho que podem existir pessoas que tenham passado pelas mesmas experiências, ou que sintam as mesmas coisas que eles. Pessoas que perderam entes queridos ou um lugar importante, mas decidiram continuar lutando. Pessoas que ainda não encontraram um proposito na vida, mas continuam a busca-lo, esticando as mãos, acreditando que um dia encontrarão o que desejam. E eu acho que escrevi este livro porque senti a necessidade de contar essa história com outro ritmo, de uma forma um pouco mais lenta, diferente do mundo deslumbrante do cinema.”