resenha critica do filme Vida de Menina
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Resposta:
Como um mesmo chão serve como base para tantas sociedades diferentes? Esta pergunta pairava em minha mente ao assistir o belo filme dirigido Helena Solberg, lançado no ano de 2004,intitulado "Vida de menina" e distribuído pela Europa Filmes/M.A. E a razão desta pergunta apoquentar meus pensamentos durante o filme vem de como era organizada a sociedade brasílica no fim do século XIX. O Brasil e as Minas Gerais que Helena Morley (principal personagem do longa-metragem) viveu possuía uma organização social bastante diferente da atual. Os negros, por meio da Lei Áurea, haviam acabado de serem libertados do trabalho escravo tornando-se meros escravos do trabalho, enquanto na cidade de Diamantina (local onde Helena viveu) os metais preciosos que antes brilhavam nas terras não reluziam tão frequentemente, quem sofreu com isso foi Alexandre, pai de Helena, um mineiro que não desistiu de encontrar mais dos metais que sustentaram sua família até ali. A perseverança falha do patriarca fez com que na família Morley a pequena Helena fosse a menos favorecida de bens materiais, obrigando a menina "Ruiva e sardenta", como ela dizia, ter de assistir durante a infância sua prima se destacar muito mais na sociedade. A avó, contudo, fez da menina com efélides seu grande xodó, protegendo-a, ajudando-a e fornecendo-a momentos de alegria. E o Diário dela é a base em que se passa toda narrativa, o que torna o filme ainda mais interessante. É fabuloso mergulhar por entre suas angustias e raivas, sentir seus amores e medos, e mais, enxergar o mundo pelos olhos de uma compatriota (porém não contemporânea) do século XIX. Analisando um pouco mais minuciosamente o que aconteceu na história de Helena deparei-me a uma realidade que até então não tinha refletido a respeito: Existia no "Mundo de Helena" uma grande desigualdade social e crise de desemprego, pessoas migravam em busca de oportunidades e pessoas sofriam pré conceitos .
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