resenha critica do filme v de vingança
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V de Vingança
Certamente a obra mais corajosa pós 11/09 que Hollywood já produziu. Geralmente, quando discutimos sobre filmes ideologicamente multifacetados como V de Vingança, os críticos especializados e cinéfilos esquecem os tons de cinza e partem para a discussão irracional. Então antes de me aprofundar mais precisamente no filme, vou tentar elucidar alguns temas que tomaram os debates em torno desta obra. Bom, V de Vingança é baseado em HQ de mesmo nome idealizada por Alan Moore. Diferentemente da HQ da qual se baseia, lançada na década de 80 com claras alusões a gestão de Margaret Thatcher, quando a Inglaterra era tomada por greves e manifestações de todas as partes da sociedade civil, o filme é ambientado em um futuro distópico(suponho que alguma coisa entre meados da década de 20 ou 30 do século 21) onde o Reino Unido é dominado por um governo autoritário comandado pelo folclórico Adam Sutler(interpretado por um possuído John Hurt), que insurgiu em meio a uma crise de abastecimento no país, junto a uma pesada depressão econômica e corrupção política. Assim como na obra de Moore, o tom anárquico está presente com toda força no filme, anarquismo personificado na figura de V, um antigo prisioneiro dos campos de concentração que o governo construiu para fazer experimentos genéticos com os chamados ''indesejados''(homossexuais, negros, muçulmanos e outras minorias). Se começar a me ater aos vários temas geo-políticos, filosóficos e Históricos abordados aqui, passaria sem dúvidas dias e mais dias escrevendo esta crítica. O que torna esta obra tão sensacional é justamente a facilidade com que o roteiro minimalista dos irmãos Wachowski destrincha temas tão complexos e pertinentes nos dias atuais. A direção apurada do então estreante James McTeigue, que surpreende com planos estilizados e sequências de ação eletrizantes, com destaque a já clássica ''Now is my turn'' no terceiro ato da trama. Óbvio que o filme não escapa de uns errinhos bobos que acabam atrapalhando o resultado final, como por exemplo a mudança que o roteiro dos Wachowski faz na relação entre V e Evey(interpretada com absoluta profundidade por Natalie Portman, que por sinal fica linda até careca), ao mesmo tempo que a adaptação acerta ao aumentar a relevância de Evey na trama, erram ao apelar para um breve romancezinho desnecessário entre Evey e V. O elenco coadjuvante também é muito bem selecionado, enquanto Stephen Rea quase rouba a cena como o relutante detetive Finch, Stephen Fry não fica pra trás como o divertido Gordon, embora seu personagem seja subdesenvolvido(poderiam ter aprofundado mais um pouco a questão da homossexualidade enrustida e a repressão governamental às minorias, outro ponto negativo do filme) o comediante surpreende e até mostra talento dramático. V de Vingança não é uma obra de fácil digestão, embora vendida como filme comercial, de estúdio. Aliás, temos que dar um crédito a Warner Bros Pictures, que de vez ou outra lança filmes contestadores no mercado. Um errinho bobo ou outro impede ''Vendetta'' de ser uma obra completa, excelente, mas com certeza merece ser visto, e que não nos esqueçamos de refletir sobre os temas abordados ao longo de seus deliciosos 133min. Aproveitem as boas cenas de ação e apreciem o visual deslumbrante, mar por favor, não esqueçam de seu cérebro. Ótimo!
Ótimo filme. V de Vingança narra a história de um defensor da liberdade que luta contra a tirania de um governo na Inglaterra. V ameaça a hegemonia organizando ações terroristas pretendendo chamar a atenção do povo em relação ao governo, que mata, tortura e também manipula toda a mídia. A obra conta ainda com uma excelente atuação de Natalie Portman e também com frases marcantes do icônico V.