resenha crítica bem completa do filme a culpa é das estrelas
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Resposta:
A adaptação para o cinema do romance de enorme sucesso de John Green “A Culpa é das estrelas” foi milimetricamente arquitetada para fazer o espectador rir, chorar e torcer pelo casal que inevitavelmente se apaixona enquanto a heroína, Hazel, luta com um câncer. A leveza com que é contada a história somada à eficiência visual e o carisma dos atores torna-o pouco piegas e transcende as questões da doença, revelando-se excelente também pela sua abordagem sobre o amor adolescente.
Hazel Grace Lancaster (Shailene Woodley) é uma adolescente de dezesseis anos que, segundo seus pais, anda deprimida. A verdade é que ela se considera resignada na sua posição de paciente de um câncer na tireoide com metástase pulmonar e oscila os seus dias entre ver TV e reler incessantemente o seu romance favorito, “Uma Aflição Imperial”.
Por insistência dos pais, começa a frequentar um grupo de apoio para adolescentes e lá conhece o expansivo e sedutor Augustus Waters (Ansel Elgort), um jovem de dezessete anos que perdeu uma das pernas devido a um osteossarcoma, mas encontra-se em remissão. Apesar da insistência de Gus em sair com ela, Hazel fica relutante por não querer feri-lo. Eles decidem então ficar amigos e aos poucos ele vai derrubando suas reservas com o seu olhar positivo da vida.
A Culpa é das Estrelas é um filme que clama o valor da vida, mesmo na sua brevidade. Augustus parece sempre muito maravilhado com o que o mundo pode oferecer e faz da sua missão mostrar isso à Hazel, cuja resignação pela doença a tornou um tanto cética. Por meio de desejos, que variam entre um piquenique no parque e uma viagem a Amsterdã para que ela possa conhecer Peter Van Houten (Willem Dafoe), seu autor favorito, ela ganha um novo olhar sobre os fatos e passa a se tornar agradecida pela pequena “infinidade de tempo” que dispõe.
Portanto, aqueles que são fãs do livro não poderão esperar por muitas surpresas na telona mas encontrarão uma boa adaptação. O tom da história, que oscila entre drama e romance é mantido.
Shailene Woodley atua na medida certa e imprime densidade sem afetação na sua protagonista. Ademais, a narração em off a ajuda na criação da empatia com Hazel, já que nela estão contidos os pensamentos mais sarcásticos sobre a sua visão de mundo.
Ansel Elgort é mais expansivo e extremamente carismático e faz um ótimo trabalho interpretando o ultra eloquente Augustus Watters. Ainda como destaques estão Laura Dern como uma mãe dedicada que opta sempre pelo otimismo e Willem Dafoe como o rabugento Peter Van Houten.
Tratando-se de um assunto delicado, A Culpa é das Estrelas poderia cair na pieguice e exploração da doença como forma de manipulação barata. Porém, os diálogos, as atuações e a qualidade técnica, incluindo a inserção de efeitos visuais, aliviam a trama. Como resultado, o longa é ao mesmo fluido e emocionante.
Ele consegue prender a atenção e arrancar sorrisos e lágrimas, conforme estrategicamente planejado. Um ótimo filme que não só discute as limitações da vida e a importância do seu aproveitamento como também o encantamento do primeiro amor.