Ed. Moral, perguntado por Areujkk, 8 meses atrás

religião, necessidade ou ilusão​


Areujkk: sim
Areujkk: por isso estou aqui
Areujkk: não entendi
Areujkk: ensino religioso
Areujkk: vdd

Soluções para a tarefa

Respondido por Thorffin
2

Resposta:

A religião permite conhecer o local onde as pessoas vivem seus valores em uma cultura. Ela é influenciada pela cultura, mas ela também influencia a cultura daqueles que vivem em seu entorno. A religião permite um conhecimento maior dos valores que envolvem uma dada sociedade, principalmente seus valores éticos.

Explicação:

necessidade

Respondido por brandao09
1
A relação entre neurose e religião sempre esteve presente nos textos freudianos desde o primeiro momento. A primeira publicação de Freud sobre o tema foi em 1907 com o titulo Atos obsessivos e práticas religiosas. Já a relação entre religião e o sonho se manifestou um pouco mais tarde (MORANO, 2003). A partir do momento em que Freud foi desenvolvendo suas teorias, sua visão perante a realidade foi ficando cada vez mais pessimista e dramática. A religião, para ele, foi se moldando como no modelo do sonho: um modo de realização de desejos, ou seja, o indivíduo criaria para si uma realidade imaginária, e a partir daí surgiria a ideia de ilusão, frente à realidade concreta.

Porém, a partir do texto Reflexões para tempos de guerra e morte (FREUD, 1915), é que a ilusão vai se desenrolar como uma oposição à realidade da vida. Essa ilusão se vê ligada ao conceito de decepção, pois nesse texto Freud nos diz que o homem e a realidade em si, na verdade, não correspondem ao que pensávamos que fossem. Nós, falsamente, a colorimos com a força do desejo.

Em sua obra posterior, O futuro de uma ilusão, Freud (1927) faz uma severa crítica à religião. Ele inicia o texto questionando o valor das ideias religiosas e acreditando que, num futuro próximo, com o avanço das ciências, as pessoas tratariam a religião como uma ilusão, semelhante aos contos de fadas com que hoje lidamos.

Freud (1927) acreditava que em geral o homem prefere viver na ilusão a viver na realidade. Viver na ilusão o afastaria das dificuldades, das angústias e dos paradoxos trazidos pela vida, refugiando-o em um mundo imaginário, no qual seus desejos seriam satisfeitos, e nada seria empecilho para sua felicidade. Nessa perspectiva, a religião ofereceria a promessa de felicidade, porém uma promessa ilusória, um sonho, já que este é representado pelo autor como uma tentativa de realização de desejos. Ambos buscam prazer e satisfação, negando qualquer limite ou barreiras impostas pela realidade. Nesse sentido, ainda de acordo com Freud (1927), a religião poderia igualmente ser comparada a um delírio, pois descartaria a realidade que a crença religiosa não consideraria muito.

Entretanto, é importante compreender que a ilusão, para Freud (1927), não significa erro nem necessariamente algo falso. É possível que a ilusão possa se transformar em verdade, porém não há nenhuma base racional para crer que ela seja ou venha a ser.

Podemos chamar de ilusão quando uma realização de desejo constitui fator proeminente em sua motivação e, assim procedendo, desprezamos suas relações com a realidade, tal como a própria ilusão não dá valor a verificação (FREUD, [1927] 1996, p. 40).

A formação da religião seria a reação do homem diante da nostalgia do pai protetor (FREUD, 1927). O sujeito, em seu desamparo, retrocede a uma situação infantil a fim de encontrar novamente a presença do pai protetor, forte e poderoso que irá sempre salvá-lo.

A religião oferece, então, uma contribuição poderosa para a civilização, porque controla as pulsões destrutivas e antissociais, de modo que sem ela, o homem se aniquilaria (FREUD, 1927). Porém, a religião contribuiu também para reprimir desejos sexuais e outros desejos profundos do sujeito. Então, com o objetivo de fazer o homem um sujeito mais harmônico e feliz, a religião falha gerando mal-estar e insatisfação na civilização.

Em sua obra O mal-estar na civilização Freud (1930) diz que o Eu tem tendência a afastar tudo o que causa desprazer ao indivíduo, tentando, assim, evitar o sofrimento. Todavia, é mais fácil o homem experimentar o sofrimento do que a felicidade, porque a vida é repleta de paradoxos e situações angustiantes das quais não temos controle. Diante dessa realidade, tendemos a criar uma providência divina, que é o protótipo da figura do pai. Um pai compreensivo que irá nos proteger do mundo hostil. Essa medida, no entanto, é paliativa e tem influência no psiquismo humano, assim como as fantasias e as drogas. Reiterando, as necessidades religiosas têm origem a partir do desamparo infantil. O adulto, a fim de reencontrar “aquele” pai que lhe dava proteção e amor, irá recorrer à religião. Para Freud, a religião, enfim, seria:

O sistema de doutrinas e promessas que, por um lado, lhe explicam os enigmas deste mundo com perfeição invejável, e que, por outro lhe garantem que uma providencia cuidadosa velará por sua vida e o compensará, numa existência futura, de quaisquer frustrações que tenha experimentado aqui (FREUD, [1930] 1996, p. 82).


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