relatório crítico comparando revolução industrial do Brasil e revolução tecnológica (hoje)
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Esta seção sobre Revolução Industrial proporciona ao leitor textos relacionados com as diversas fases desse vasto tema. Sabemos que a RevoluçãoIndustrial constituiu um processo longo e complexo, dado o caráter progressivo da evolução tecnológica e sua interferência na produção de mercadorias e no mundo do trabalho. Sendo assim, é necessário que se tenha em vista o panorama dos eventos que a compõem.
Para se compreender a Revolução Industrial, é preciso ter em mente, inicialmente, dois processos praticamente simultâneos: o nascimento da ciência moderna, entre os séculos XVI e XVII, e a origem do capitalismo, que se afirmou por meio das revoluções políticas burguesas, sobretudo a Revolução Inglesa, ou da onda de processos revolucionários da Inglaterra que culminou em uma Monarquia Parlamentarista no século XVII.
De um lado, com o advento da ciência moderna, houve também uma revolução tecnológica, já que os novos conhecimentos em mecânica possibilitaram a criação de uma série de artefatos mecânicos. Isso tornou possível a criação da primeira máquina a vapor (por James Watts, em 1765), que foi empregada nas fábricas da Inglaterra e transformou radicalmente o sistema de manufatura e a produção têxtil (produção de tecidos).
Por outro lado, a Revolução Inglesa proporcionou à Inglaterra não apenas a inserção da burguesia nas operações políticas, mas também o desenvolvimento de estratégias econômicas, como a política de cercamentos, ou Lei deCercamentos, que foi aplicada às áreas agrícolas (chamadas Enclosure Acts), promovendo assim os campos como propriedades de exploração agrícola, desencadeando uma grande onde migratória da zona rural para as cidades. Esse processo acabou por disponibilizar às nascentes indústrias um grande contingente de trabalhadores.
Associado a esses dois processos, temos também o nascimento dos estudos sobre economia política, ou sobre o fenômeno do acúmulo de riquezas, de geração de riquezas. Grandes estudiosos, como Adam Smith e David Ricardo, conseguiram dar sustentação teórica à articulação entre indústria, trabalho e produção de riqueza, como atestou o economista representante da Escola Austríaca de economia, Ludwig Von Mises:
“O que é comumente chamado de “revolução industrial” foi o resultado da revolução ideológica efetuada pelas doutrinas dos economistas. Foram eles que explodiram velhos dogmas: que é desleal e injusto superar um competidor produzindo melhor e mais barato; que é iníquo desviar-se dos métodos tradicionais de produção; que as máquinas são um mal porque trazem desemprego; que é tarefa do governo evitar que empresários fiquem ricos e proteger o menos eficiente na competição com o mais eficiente; que reduzir a liberdade dos empresários pela compulsão ou coerção governamental em favor de outros grupos sociais é um meio adequado para promover o bem estar nacional. A economia política inglesa e a fisiocracia francesa indicaram o caminho do capitalismo moderno. Foram elas que tornaram possível o progresso decorrente da aplicação das ciências naturais, proporcionando às massas benefícios nunca sequer imaginados.” [1]
O processo da indústria moderna, então, passou a organizar-se nas seguintes fases: 1) produção; 2) distribuição e 3) consumo. A sociedade de massas, que se formou em torno da atividade industrial a partir dos fins do século XVIII, passou a ser composta de indivíduos que estavam envolvidos em todas essas três fases. Os operários, que produziam os bens, valendo-se da condição de trabalhadores assalariados, e não de servos, também conseguiam usufruir de determinados produtos, comprando-os. Esse sistema transformou as relações sociais e moldou o cenário das grandes cidades europeias e, a posteriori, de todo o mundo.
Como consequência, a Revolução Industrial também produziu, segundo alguns de seus críticos, sobretudo aqueles ligados ao socialismo e ao comunismo, vários impasses. Um deles seria o próprio processo de divisão do trabalho, fato que provocava a alienação do trabalhador, que seria inserido dentro da ideologia capitalista. Outros seriam a revolta contra as máquinas aplicadas à indústria, expressa pelo Ludismo, e as revoltas de operários, como aquela conhecida comoCartismo.
Além disso, os desdobramentos da Revolução industrial continuam até hoje, e já passamos por três períodos. O primeiro é esse que foi descrito, da criação das primeiras máquinas e da adequação do trabalho à produção em série gerada por elas. Depois, a Segunda Revolução Industrial, desencadeada no século XIX, teve como principal aspecto a criação do motor de combustão interna e o uso de combustíveis fósseis. Por fim, estamos na Terceira Revolução Industrial, ou Revolução técnico-científica, caracterizada pela presença de ramos como a informática, a robótica e a biotecnologia na atividade industrial.
NOTAS:
[1]: MISES, Ludwig Von. Ação Humana. São Paulo: Instituto Ludwig von Mises Brasil. p. 29.
Para se compreender a Revolução Industrial, é preciso ter em mente, inicialmente, dois processos praticamente simultâneos: o nascimento da ciência moderna, entre os séculos XVI e XVII, e a origem do capitalismo, que se afirmou por meio das revoluções políticas burguesas, sobretudo a Revolução Inglesa, ou da onda de processos revolucionários da Inglaterra que culminou em uma Monarquia Parlamentarista no século XVII.
De um lado, com o advento da ciência moderna, houve também uma revolução tecnológica, já que os novos conhecimentos em mecânica possibilitaram a criação de uma série de artefatos mecânicos. Isso tornou possível a criação da primeira máquina a vapor (por James Watts, em 1765), que foi empregada nas fábricas da Inglaterra e transformou radicalmente o sistema de manufatura e a produção têxtil (produção de tecidos).
Por outro lado, a Revolução Inglesa proporcionou à Inglaterra não apenas a inserção da burguesia nas operações políticas, mas também o desenvolvimento de estratégias econômicas, como a política de cercamentos, ou Lei deCercamentos, que foi aplicada às áreas agrícolas (chamadas Enclosure Acts), promovendo assim os campos como propriedades de exploração agrícola, desencadeando uma grande onde migratória da zona rural para as cidades. Esse processo acabou por disponibilizar às nascentes indústrias um grande contingente de trabalhadores.
Associado a esses dois processos, temos também o nascimento dos estudos sobre economia política, ou sobre o fenômeno do acúmulo de riquezas, de geração de riquezas. Grandes estudiosos, como Adam Smith e David Ricardo, conseguiram dar sustentação teórica à articulação entre indústria, trabalho e produção de riqueza, como atestou o economista representante da Escola Austríaca de economia, Ludwig Von Mises:
“O que é comumente chamado de “revolução industrial” foi o resultado da revolução ideológica efetuada pelas doutrinas dos economistas. Foram eles que explodiram velhos dogmas: que é desleal e injusto superar um competidor produzindo melhor e mais barato; que é iníquo desviar-se dos métodos tradicionais de produção; que as máquinas são um mal porque trazem desemprego; que é tarefa do governo evitar que empresários fiquem ricos e proteger o menos eficiente na competição com o mais eficiente; que reduzir a liberdade dos empresários pela compulsão ou coerção governamental em favor de outros grupos sociais é um meio adequado para promover o bem estar nacional. A economia política inglesa e a fisiocracia francesa indicaram o caminho do capitalismo moderno. Foram elas que tornaram possível o progresso decorrente da aplicação das ciências naturais, proporcionando às massas benefícios nunca sequer imaginados.” [1]
O processo da indústria moderna, então, passou a organizar-se nas seguintes fases: 1) produção; 2) distribuição e 3) consumo. A sociedade de massas, que se formou em torno da atividade industrial a partir dos fins do século XVIII, passou a ser composta de indivíduos que estavam envolvidos em todas essas três fases. Os operários, que produziam os bens, valendo-se da condição de trabalhadores assalariados, e não de servos, também conseguiam usufruir de determinados produtos, comprando-os. Esse sistema transformou as relações sociais e moldou o cenário das grandes cidades europeias e, a posteriori, de todo o mundo.
Como consequência, a Revolução Industrial também produziu, segundo alguns de seus críticos, sobretudo aqueles ligados ao socialismo e ao comunismo, vários impasses. Um deles seria o próprio processo de divisão do trabalho, fato que provocava a alienação do trabalhador, que seria inserido dentro da ideologia capitalista. Outros seriam a revolta contra as máquinas aplicadas à indústria, expressa pelo Ludismo, e as revoltas de operários, como aquela conhecida comoCartismo.
Além disso, os desdobramentos da Revolução industrial continuam até hoje, e já passamos por três períodos. O primeiro é esse que foi descrito, da criação das primeiras máquinas e da adequação do trabalho à produção em série gerada por elas. Depois, a Segunda Revolução Industrial, desencadeada no século XIX, teve como principal aspecto a criação do motor de combustão interna e o uso de combustíveis fósseis. Por fim, estamos na Terceira Revolução Industrial, ou Revolução técnico-científica, caracterizada pela presença de ramos como a informática, a robótica e a biotecnologia na atividade industrial.
NOTAS:
[1]: MISES, Ludwig Von. Ação Humana. São Paulo: Instituto Ludwig von Mises Brasil. p. 29.
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