História, perguntado por lisseblanco743, 5 meses atrás

relato de viajantes de história

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Respondido por BiahSilva121
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Viajantes (relatos sobre o Brasil, séculos XVI a XIX)

     Os viajantes eram pessoas, de classes sociais variadas, profissão e formação intelectual diversificada, que descreveram aspectos do Brasil, através de crônicas, relatos de viagem, correspondência, memórias, diários, álbuns de desenhos

A presença de viajantes estrangeiros e seus relatos publicados sobre o Brasil, datam do século XVI. Existem mais de 260 obras, em várias línguas, onde os autores falam dos habitantes, vida social, usos e costumes, fauna, flora e outros aspectos da antiga colônia portuguesa, principalmente durante o século XIX, depois que Dom João VI decretou abertura dos portos brasileiros, em 1808. Com abertura dos portos houve um incremento da navegação e o conseqüente aumento da presença estrangeira no país.    

Ainda do século XVI são também os relatos de Hans Staden, Viagem ao Brasil (1557) e o de Jean de Léry, Viagem à terra do Brasil, (1574).

Dessa grande quantidade de estrangeiros, viajantes e aventureiros (ingleses, franceses, alemãs, portugueses), que escreveram suas impressões e crônicas sobre o Brasil, pode-se destacar alguns que estiveram no Nordeste brasileiro e fizeram seus relatos sobre a região.

Uma das melhores narrativas sobre o Nordeste na primeira metade do século XIX, é a do inglês Henry Koster, que escreveu o livro Travels in Brazil, publicado em Londres, em 1816. Em 1898, foi traduzido por Antônio C. de A. Pimenta e publicado na Revista do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano. Porém, sua primeira edição em livro no Brasil é de 1942, com tradução de Luís da Câmara Cascudo sob o título Viagens ao Nordeste do Brasil.  

Como uma complementação ao relato de Koster, o francês Louis François de Tollenare escreveu, entre 1816 e 1818, um diário onde aborda aspectos importantes da vida social e política, usos e costumes, festas populares, escravidão, movimentos políticos e economia da sociedade da época. As partes referentes aos estados de Pernambuco e da Bahia foram traduzidas por Alfredo de Carvalho e publicadas sob o título de Notas dominicais, nas Revistas do Instituto Arqueológico e Geográfico Pernambucano, em 1904 (v.61), e doInstituto Histórico e Geográfico da Bahia, em 1907 (v.14).

Um outro relato importante é o James Henderson, viajante e diplomata inglês que esteve no Brasil de 1819 a 1821 e escreveu o livro (ainda sem tradução para o português), A history of Brazil: comprising its geography, commerce, colonization, aboriginal inhabitants (Uma história do Brasil: compreendendo sua geografia, comércio, colonização, habitantes aborígenes), publicado em Londres, em 1821.

O alemão Johan Moritz Rugendas tem uma obra significativa para o estudo das características físicas, hábitos e costumes da população negra e índia, assim como dos mulatos e mestiços que formam hoje a chamada raça brasileira. O livro foi traduzido para a língua portuguesa e publicado, em 1940, sob o título Viagem pitoresca através do Brasil.

Outro relato importante sobre o Brasil e o Nordeste do século XIX é o da inglesa Maria Graham, que esteve por três vezes no país e escreveu o Diário de uma viagem ao Brasil e de uma estada nesse país durante parte dos anos de 1821, 1822 e 1823 (título em português), publicado na Série Brasiliana, v. 8, em 1956.

Dois cientistas alemães, Johan Baptist von Spix e Karl Friedrich Philip von Martius,  realizaram uma grande viagem pelo interior do Brasil, entre os anos de 1817 e 1820, percorrendo várias províncias, seguindo através do rio São Francisco, por Minas Gerais e Bahia, passando pelo sertão de Pernambuco, Piauí e Maranhão, analisando e fazendo anotações sobre as populações rurais. Suas anotações foram traduzidas para o português e publicadas pela Imprensa Nacional, sob o título Viagem pelo Brasil, em 1938.

Richard Francis Burton foi um dos maiores viajantes ingleses do século XIX. Em 1865, foi nomeado cônsul britânico em Santos e, em 1867, conseguiu permissão para uma viagem pelo Brasil, que durou cinco meses. Visitou o Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paulo Afonso, na Bahia, indo até Penedo, em Alagoas, seguindo pelo rio São Francisco, que denominou de “Mississipi brasileiro”. Suas observações foram registradas no livro, Explorations of the highlands of the Brazil, publicado em Londres, em 1869 e traduzido para o português com o títuloViagens aos planaltos do Brasil (1941).

As narrativas dos viajantes, reunidas em livros, impressos às vezes em mais de uma   edição e em diversas línguas, fizeram muito sucesso na época, sendo disputados pelo público interessado em descrições de povos e costumes exóticos.

Os viajantes foram, portanto, os grandes cronistas da vida brasileira dos séculos XVI a XIX, descrevendo em suas obras aspectos da terra, da gente, dos usos e costumes do Brasil. Todas as obras citadas no texto podem ser consultadas na Biblioteca Central Blanche Knopf da Fundação Joaquim Nabuco.

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