História, perguntado por muriel2303, 9 meses atrás

Relatar em tres paginas frente e verso os horrores da 1° guerra mundial​

Soluções para a tarefa

Respondido por lorraneherika
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Resposta:

No final da tarde de 22 de abril de 1915, perto de Ypres, na Bélgica, os soldados franceses das Divisões 45 e 97, em suas trincheiras, viram aproximar-se deles uma nuvem espessa verde-amarelada vinda das trincheiras alemãs. Surpreendidos com uma apavorante dificuldade de respirar, eles abandonaram seus postos e fugiram para trás. Muitos morreram ali mesmo e milhares de outros ficaram incapacitados por meses ou pelo resto da vida. Eles foram as primeiras vítimas da guerra química inaugurada com um gás sufocante a base de cloro que atacou as vias aéreas e provocou queimaduras nos olhos, garganta e pulmões, cegueira, náusea e dor de cabeça. Cerca de 6.000 pessoas morreram dolorosamente. O gás clorídrico, produzido por indústrias como Bayer e Hoechst foi lançado a partir de 5000 cilindros liberados pelos alemães. Em setembro, os aliados passaram a usar o mesmo recurso contra as linhas alemãs até que, em 1917, a fórmula foi superada por um gás ainda mais letal: o gás mostarda. Lançado pelos alemães no mesmo setor de Ypres, na noite de 12 para 13 de  julho de 1917, o gás mostarda atacou o sistema respiratório e também a pele. Seus efeitos não são imediatos, ocorrendo 6 a 36 horas depois quando surgem queimaduras desfigurantes, enormes bolhas na pele, espirros e tosses com saída de sangue pelo nariz e boca.  A morte ocorre em algumas horas, dias ou semanas após a exposição.

G uerra de trincheiras

Quando a Primeira Guerra Mundial eclodiu em agosto de 1914, todos os estrategistas, tanto em Berlim, Paris e Londres, preferiram a ofensiva: “A melhor defesa é o ataque”. Mas logo se deram conta que o extraordinário poder de fogo da artilharia moderna acabava por impedir o avanço dos soldados. Para se protegerem do ataque inimigo, as tropas se enterraram em trincheiras cavadas às pressas. Da Suíça até o norte da França, duas linhas de trincheiras de cerca de 700 quilômetros separavam as tropas alemães das tropas francesas e britânicas. Eram covas compridas e estreitas com dois metros de profundidade, tendo um parapeito para a observação e escadas para o ataque ao inimigo. Os soldados entrincheirados praticamente não se deslocavam e passavam dias mergulhados na lama, em meio a ratos, piolhos, excrementos e, muitas vezes, junto de cadáveres de companheiros insepultos, em decomposição. Cada pequeno avanço era conquistado à custa de milhares de mortes uma vez que o inimigo – também entrincheirado logo à frente –disparava suas metralhadoras a qualquer  movimento do adversário. Por três anos e meio, a guerra, na Europa, parecia imobilizada, com pequenos avanços ou recuos. Era uma guerra de posições. Foi nesse cenário angustiante que se pensou no uso de gases tóxicos.

A indústria química alemã No início do século XX, a indústria química alemã era a mais poderosa do mundo, com empresas como a Bayer (fundada em 1863) e a BASF (1865). A desenvolvimento e implantação de cloro e outros gases tóxicos deveu-se ao químico alemão Fritz Haber (1868-1934), considerado o “pai da guerra química”. Antes da guerra, Fritz Haber juntamente com Carl Bosch descobriu a síntese do amoníaco, importante para fertilizantes e explosivos – o que lhe deu o prêmio Nobel de Química de 1918. A decisão em lançar o gás clorídrico em Ypres, em 1915, baseou-se na topografia do lugar, uma extensa planície com ventos favoráveis que sopravam para as trincheiras inimigas. O objetivo era “limpar” as trincheiras para retomar a guerra de movimento. O ataque químico deixou cerca de 5.000 mortos entre franceses, ingleses e, inclusive, alemães. A mulher de Fritz Haber, que também era química, revoltou-se com o ataque, confrontou o químico e acabou se matando com a arma dele. A guerra química, agora dos dois lados Os ingleses não demoraram para inventar uma máscara protetora contra gases. Quando ocorreu o segundo ataque químico alemão, na mesma área, na noite de 22 para 23 de maio de 1915, as baixas foram pequenas porque os ingleses usavam protetores. Os industriais ingleses partiram para a ofensiva e logo estavam produzindo suas armas de gás clorídrico. O primeiro ataque britânico ocorreu perto de Lille, no norte da França, em 25 de setembro de 1915 e pegou os alemães de surpresa. Mas, como o ataque anterior, o resultado final foi dúbio vitimando os dois lados. Nos próximos dois anos, na Frente Ocidental e, em menor medida, na frente russa, os beligerantes continuaram os ataques com cloro. O lançamento foi otimizado com propulsores que lançavam os cilindros de gás diretamente para o campo inimigo. A toxicidade do gás foi aumentada pelo fosgênio, um composto de cloro e carbono, inodoro e incolor. Nas trincheiras, as máscaras de proteção ficaram cada vez mais sofisticadas. Os ingleses superaram os alemães nos ataques químicos. No total, durante a guerra, eles fizeram cerca de 300 ataques de cloro contra algumas dezenas de ataques feitos por alemães, franceses e austro-húngaros.

Espero ter ajudado!


muriel2303: mt obrigado❤❤
Respondido por meudeusefiel12
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A Primeira Guerra Mundial matou cerca de oito milhões de homens e destruiu as finanças da Europa. Será que todo esse sacrifício valeu a pena ou a tragédia poderia ter sido evitada? Em O horror da guerra, Niall Ferguson, um dos principais historiadores contemporâneos, faz uma profunda e inteligente análise sobre o conflito que assolou a Europa e o mundo entre 1914 e 1918. Ele aborda os reais motivos que levaram à guerra, a reação da população dos países envolvidos, as condições em que os soldados lutavam e o processo de formação da Entente e da Aliança. Ao final do livro, Ferguson leva o leitor a concluir que esta guerra foi o maior erro da história moderna.

Nascido em 1964, Niall Ferguson é um dos mais renomados historiadores da Grã-Bretanha. Leciona na Universidade Harvard, na Harvard Business School e na London School of Economics e é pesquisador nas Universidades Oxford e Stanford. O autor também escreve regularmente para jornais e revistas do mundo inteiro. É autor de diversos livros, muitos deles best-sellers, todos publicados no Brasil pela Planeta.

O estopim imediato do conflito foi o assassinato do herdeiro do trono austro-húngaro, arquiduque Francisco Fernando, e sua esposa, em Sarajevo, no dia 28 de junho, por um nacionalista sérvio. Logo, dois blocos de nações estavam em luta: as potências centrais (Alemanha, Áustria-Hungria e mais tarde o Império Turco e a Bulgária) e os aliados (Reino Unido, França, Rússia e posteriormente Itália, Japão, Estados Unidos e outros países). Por causa do colonialismo e das alianças políticas, todos os continentes acabaram envolvidos. O que mais chocou as consciências foi o fato de os “povos civilizados” do Ocidente colocarem de lado os ditames da fé, da ética e da razão para dissiparem seus melhores recursos e a vida de sua juventude num conflito marcado por tamanha insanidade.

No início de 1916, reuniu-se no Panamá o Congresso da Ação Cristã na América Latina, o primeiro encontro das forças evangélicas do continente. Um dos oradores mais conhecidos foi o doutor John Raleigh Mott, líder da Federação de Estudantes Cristãos e do Movimento Voluntário de Estudantes, que pouco tempo antes havia estado na Europa e testemunhara os conflitos. Ele disse: “Minha memória hoje está boa: vejo as camponesas a deitar braçadas de flores sobre as sepulturas sem conta; os hospitais em que cinco milhões de feridos, a maior parte rapazes, sofrem horrivelmente; os comboios de feridos correndo como rios de dor. É uma Europa que padece, estendida em uma cruz”. O pastor e educador Erasmo Braga, um dos participantes brasileiros do congresso, observou: “A luta ocorreu a despeito do cristianismo e como efeito da oposição da cultura moderna ao espírito de Jesus”.

A Primeira Guerra Mundial teve alguns horríveis efeitos colaterais, como o massacre de cristãos armênios pelos turcos, em 1915, um precursor do holocausto judeu. Na Rússia, o caos reinante abriu espaço para a revolução bolchevique de Vladimir Ilitch Lenin (1917), que implantou uma cruel ditadura anticristã. Foi indizível o sofrimento de cristãos ortodoxos e outros grupos em decorrência do marxismo-leninismo. Por outro lado, houve admirável envolvimento de algumas organizações cristãs, como a YMCA (Associação Cristã de Moços), que enviaram centenas de voluntários para dar assistência às regiões afetadas pelas hostilidades e auxiliar prisioneiros de guerra e soldados feridos.

Nos Estados Unidos, a atitude predominante inicial foi em prol da paz. Finalmente, os governantes e o povo se renderam à retórica belicista, entendendo que se tratava de um conflito entre a civilização e a barbárie, entre a democracia e o despotismo. O Congresso declarou guerra à Alemanha em abril de 1917, durante a presidência de Woodrow Wilson. As igrejas aderiram ao novo sentimento nacional, exceto alguns grupos pacifistas, como menonitas e quacres. Conhecidos líderes fizeram declarações bombásticas em favor da guerra. O evangelista Billy Sunday afirmou que cristianismo e patriotismo eram sinônimos, assim como inferno e traidores; ele sugeriu que, em vez de serem deportados, os “radicais” fossem fuzilados. Shailer Mathews, professor da Escola de Teologia da Universidade de Chicago, declarou que a recusa de um americano em participar da guerra não era uma atitude cristã.

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