relacione revolução pernambucana de 1817 e chegada da familia real ao brasil
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A fim de custear as despesas de instalação de obras públicas e do funcionalismo, aumentaram os impostos sobre a exportação do açúcar, tabaco e couros, criando-se ainda uma série de outras tributações que afetavam diretamente as capitanias do Norte ( a cobrança de tantos impostos gerou grande revolta na região Norte que, na época, enfrentava problemas econômicos sérios). Esse sentimento de insatisfação era particularmente forte na região nordestina, a mais antiga área de colonização do Brasil, afetada pela crise da produção açucareira e algodoeira e pela seca de 1816. Aí, o desejo de independência definitiva de Portugal era profundo. Em Recife, capital da província de Pernambuco e um dos principais portos da região, o descontentamento era enorme. O sentimento generalizado era de que os "portugueses da nova Lisboa (Rio de Janeiro)" exploravam e oprimiam os "patriotas pernambucanos". Esses homens, descendentes da "nobreza da terra" do período colonial, formada pela elite canavieira de Olinda, que tinha participado da Guerra dos Mascates, consideravam justificado o crescente anti-lusitanismo na Província.
Esse quadro se agravou por volta de 1817, com uma crise econômica que teve a sua origem na queda do preço internacional do açúcar e do algodão - principais produtos de exportação do nordeste. Com isso afloraram as tensões sociais. Contra os comerciantes portugueses protestavam os grandes senhores rurais e toda a massa de homens livres não proprietários. Entretanto, essas duas últimas camadas sociais opunham-se ao domino comercial português por motivos inteiramente diferentes: quanto para os grandes senhores a questão era sobretudo política, pois aspiravam ao autogoverno e à liberdade econômica, para os homens livres não proprietários, era a sua própria sobrevivência que estava em jogo, pois o monopólio comercial português encarecia os gêneros de primeira necessidade. Por isso, tendiam a ser mais radicais e lutavam não só pelo fim do regime colonial, mas também esperavam alterar a própria ordem social da colônia em favor de maior igualdade entre seus membros.
Tropas enviadas da Bahia avançaram pelo sertão pernambucano, enquanto uma força naval, despachada do Rio de Janeiro, bloqueou o porto do Recife. Em poucos dias 8000 homens cercavam a província. No interior, a batalha decisiva foi travada na localidade de Ipojuca. Derrotados, os revolucionários tiveram de recuar em direção ao Recife. Em 19 de maio as tropas portuguesas entraram no Recife e encontraram a cidade abandonada e sem defesa. O governo provisório, isolado, se rendeu no dia seguinte.
Com a chegada da família real, a estrutura política do Brasil se modificou. A Corte portuguesa realizou diversas ações, como o desenvolvimento de reformas urbanas, a criação de novas instituições e a transferência da administração de todo o Reino Unido de Portugal ao Brasil. Apesar de trazer melhorias para algumas cidades e regiões, a presença da família real não representou somente benefícios. Na região Nordeste vivia-se um momento de crise econômica, que foi agravada com a elevação dos impostos pela Coroa. O aumento do controle sobre atividades econômicas e o favorecimento aos portugueses no comércio e em cargos administrativos também causou insatisfações entre a população. Essas foram algumas das causas que motivaram a Revolução Pernambucana, na qual os rebeldes reivindicaram a independência do Brasil.