relacione o estabelecimento de povos seminomades em áreas próximas ao mar com o desenvolvimento da cultura sambaquis
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Os sambaquis são formações constituídas, principalmente, de conchas de moluscos, formadas ao longo de milhares de anos pelas populações que habitavam regiões litorâneas. Essas conchas eram descartadas após o consumo dos moluscos, formando imensas montanhas. Apesar de conhecermos os casos do litoral brasileiro, como em Santa Catarina, onde se encontram os maiores do mundo, há indícios de sambaquis na Europa, na América e na África.
A palavra sambaqui tem raiz etimológica no tupi-guarani, significando depósito de conchas. Os povos que habitavam as regiões litorâneas e formaram os sambaquis com suas ações são conhecidos como povos do sambaqui. Os concheiros, como também são chamados os sambaquis, medem, no Brasil, entre 2 e 20 metros de altura, podendo chegar a 100 metros de diâmetro. Alguns são datados com mais de 5000 anos.
Estudos arqueológicos mostram que as montanhas eram formadas por conchas e restos alimentares depositados em um mesmo lugar ao longo de vários anos. Mas há também indícios que havia restos de animais, bem como ferramentas utilizadas por essas populações primitivas. Por outro lado, os resquícios de corpos humanos podem sugerir que os sambaquis serviam também como cemitérios.
Escavações realizadas por arqueólogos nos sambaquis do litoral brasileiro apontam também que eles podem ter sido utilizados como abrigo para as populações, talvez como habitações temporárias. Essa situação explicaria a quantidade de utensílios, restos humanos e de outros animais encontrados nas grandes montanhas de conchas.
Mais uma controvérsia entre os estudiosos está ligada ao fato de que os sambaquis poderiam dar indícios de que os habitantes estavam também em processo de sedentarização, em decorrência principalmente da enorme quantidade de alimento que conseguiam nesses lugares.
Possivelmente os povos dos sambaquis deixaram de ocupar a região quando a população tupi-guarani se espalhou pelo litoral brasileiro. Entretanto, a ocupação das regiões litorâneas e o uso das montanhas de conchas para fins econômicos, principalmente por serem fonte de calcário, ameaçam à existência desses tesouros arqueológicos.