Relacione o desaparecimento das monarquias hebraicas com a expansão politico-militar de outros povos
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Resposta:
São dois contextos diferentes que levaram a extinção das monarquias. É preciso estudar os dois eventos independentemente e compreender a história de forma linear para facilitar o entendimento:
Primeiro vamos compreender que os hebreus foram formados por 2 monarquias distintas: as 10 tribos ao norte no que foi chamado de Israel e as duas tribos ao sul o que foi chamado de Judá (a tribo de Judá e a de Levi). O primeiro contexto foi a invasão de assírios e ocupação de outros povos ao território do norte, dispersando as 10 tribos que compunham esse território.
Anos depois, houve o exílio babilônico, em que as duas tribos do sul foram levadas ao cativeiro babilônico. Depois de um tempo, as tribos de Judá e Levi retornam para os seus territórios, e há miscigenação entre os povos das 10 tribos e de ocupantes da região do norte, o que deu origem ao povo samaritano. A monarquia do norte desaparece completamente.
Quando as duas tribos do sul retornaram do exílio, elas se agruparam e passaram a se chamarem de judeus. Os judeus passaram a ocupar a região sul do território.
Anos depois, os judeus e samaritanos vivem cada um em seus respectivos territórios. Os romanos começam a expansão de seu território, e acabam por entrarem em conflito com as tribos do Sul. Esse conflito é marcado pelo cerco a Jerusalém e pela dispersão dos judeus pelo mundo, com a completa derrota dos judeus contra Roma.
O último sucessor ao trono foi Simão bar Kokvah, que era descendente da família real e liderou a revolta contra os romanos na dispersão. No entanto, os samaritanos continuaram ocupando parte do território mesmo durante o exílio (mesmo que sem monarquia estabelecida).
Hoje em dia há diversas pessoas descendentes da família real que poderiam assumir o trono em Israel, como o brasileiro Silvio Santos. No entanto, desde sua fundação e retorno de parte dos judeus do exílio (há cerca de 9 milhões de judeus em Israel, 17 milhões de judeus praticantes e cientes de sua condição judaica ao total, e sabe-se lá quantos descendentes de convertidos a força que sequer sabem que são hebreus), esse assunto vem gerando debates.
Para se entender esses debates, é preciso compreender quem tem direito ao trono pelos judeus.
Os judeus interpretam que um descendente da família real será o Messias (equivale a ungido em português, pelo costume hebreu de derramar óleo sobre a cabeça de alguém que passa a ocupar um cargo). O Messias judaico, diferente do messias conhecido no cristianismo e dos povos cristãos, é um cargo político, o qual o rei do povo ocupa essa posição (vou resumir a esta definição porque na verdade há 3 Messias para os judeus e isso sairia do foco da pergunta, mas para fim de curiosidade, Messias é ou aquele consagrado a um cargo como o sumo sacerdote da tribo de Levi ou um objeto do templo) . Esse cargo, segundo nos judeus, deve ser ocupado por um descendente de Davi (como relatado na história de Salomão na Bíblia). Porém, mesmo com os judeus voltando para o território que antes pertencia as 12 tribos, não surgiu ainda esta figura monárquica.