relacione as revoltas representadas no mapa, pesquise sobre elas, destacando o local, as causas e as principais reivindicações destes movimentos e preencha o quadro a seguir:
revolta ou conjuração.
local.
causas.
reivindicações.
Soluções para a tarefa
Resposta:
De todos os movimentos de revolta que eclodiram no Brasil colonial, a Conjuração baiana de 1798 foi o mais abrangente em termos dos objetivos políticos, da abertura à participação das camadas populares e dos ideais de mudanças sociais propostos. Assim como os inconfidentes mineiros, os conjurados baianos defendiam a emancipação política do Brasil através do rompimento do pacto colonial. Mas foram mais além, ao propor profundas mudanças sociais como a abolição dos privilégios vigentes que garantissem a igualdade entre os homens, de diferentes raças e cor, e o fim da escravidão.
O principal fator que fez irromper a conjuração baiana como um movimento de revolta popular radical está relacionado às condições sociais e econômicas da região do Recôncavo baiano. No fim do século 17, a região recuperou a prosperidade econômica com o renascimento agrícola. Tinha início a um novo ciclo da produção do açúcar.
Porém, o avanço da grande lavoura canavieira se fez em detrimento das pequenas propriedades agrícolas voltadas para a produção de subsistência. A diminuição da área ocupada pela lavoura de subsistência fez piorar as condições de vida das camadas populares. Enquanto os proprietários de engenho e os grandes comerciantes se beneficiavam com essa situação, os pequenos comerciantes e agricultores e os pobres e humildes sofriam com a alta dos preços e a escassez de alimentos.
Motins e rebeliões
O agravamento da situação social e econômica gerou inúmeros motins e rebeliões populares. Entre 1797 e 1798, presenciaram-se frequentes invasões de armazéns de alimentos por populares que os saqueavam. Foi nesse contexto de revolta e descontentamento popular, que a Conjuração baiana, gradativamente, tomou forma como movimento organizado na luta por mudanças políticas e sociais. Mas não se pode perder de vista, também, que os ideais de mudança política e social defendidos pelos conjurados baianos, foram influenciados por outros movimentos sociais que eclodiram no mundo nesse mesmo período.
A Europa, por exemplo, desde 1789, atravessava um momento de profundas transformações sociais e políticas geradas pela Revolução Francesa. O Haiti, colônia francesa situada nas Antilhas, foi palco de convulsões sociais devido às frequentes e violentas rebeliões e levantes de escravos negros. Em seu conjunto, as notícias desses acontecimentos tiveram ampla repercussão no Brasil e serviram para dar sustentação aos ideais de liberdade, igualdade e soberania popular propugnados pelos conjurados baianos.
Em seu estágio inicial, o movimento congregou membros da elite, ligados à grande propriedade agrícola e ao domínio escravista, que defendiam apenas a autonomia política do Brasil em relação a Portugal. Eles se reuniram e fundaram a sociedade secreta Cavaleiros da Luz. Não obstante, alguns dos membros da sociedade secreta romperam com os limites de sua classe social de origem, aderindo a perspectivas revolucionárias mais amplas.
Cipriano Barata e os alfaiates
Passaram a difundir propostas e ideais radicais entre os regimentos de soldados e a população em geral. O médico Cipriano Barata, por exemplo, foi um ativo propagandista do movimento, atuando principalmente entre a população mais humilde e junto aos escravos. Desse modo, a base social da Conjuração baiana foi se ampliando para a participação e mobilização popular. Com isso foi assumindo feições revolucionárias, tendo em vista a defesa dos interesses das camadas sociais mais pobres, dos humildes e dos escravos.
Aderiram e participaram do movimento, homens brancos mulatos, negros livres e escravos. Mas a presença de um contingente expressivo de alfaiates fez com que a Conjuração baiana ficasse conhecida também como a "revolta dos Alfaiates". Entre as principais lideranças do movimento destacam-se: João de Deus Nascimento e Manuel Faustino dos Santos, ambos mulatos e alfaiates; Luís Gonzaga das Virgens e Lucas Dantas Amorim Torres, também mulatos. A chefia militar do movimento estava sob comando do tenente Aguilar Pantoja.
Em agosto de 1798, o movimento dos conjurados baianos se encontrava organizado. Ele foi desencadeado pela difusão de panfletos e boletins que transmitiam mensagens contestatórias contra as autoridades metropolitanas. Frases foram escritas em locais públicos de grande circulação, como por exemplo: "Animai-vos povo bahiense, que está por chegar o tempo feliz da nossa liberdade, o tempo em que seremos todos irmãos, o tempo em que seremos todos iguais".
Execuções, prisão e desterro
Além do apoio popular, as lideranças do movimento buscaram também obter a adesão das autoridades coloniais, como a do governador dom Fernando José Portugal. Mas fracassaram nessa tentativa. As autoridades coloniais da região reagiram, desencadeando violenta repressão contra o movimento. Neste momento, ocorreu uma divergência entre as lideranças dos conjurados com relação ao rumo que o movimento deveria tomar, o que serviu para enfraquecê-lo.
Todos as revoltas apresentadas no mapa dizem respeito à contestações durante o período colonial. A seguir, veremos mais sobre cada uma delas:
Revolta de Beckman:
- Local: São Luís, Maranhão (1684);
- Causas: crise econômica, extrema pobreza, falta de mão-de-obra escrava;
- Reivindicações: extinção da Companhia Geral de Comércio e expulsão dos jesuítas.
Revolução pernambucana:
- Local: Pernambuco (1817);
- Causas: crise econômica, política e social, muita pobreza e miséria;
- Reivindicações: maior autonomia e liberdade para governar.
Guerra dos Mascates:
- Local: Pernambuco (1710-1711);
- Causas: conflito político local entre Olinda e Recife, crise econômica em Olinda, privilégios dos comerciantes de Recife frente à coroa portuguesa.
- Reivindicações: mercadores de Recife queriam a autonomia político-administrativa.
Conjuração Baiana:
- Local: Bahia (final do século XVIII);
- Causas: influências da maçonaria, situação de miséria, desigualdades sociais.
- Reivindicações: tornar a Bahia independente de Portugal, acabar com a escravidão e atender aos pedidos da população mais pobre.
Guerra dos Emboabas:
- Local: Minas Gerais (1707-1709);
- Causas: monopólio na exploração das minas pelo ouro, crise de abastecimento;
- Reivindicações: os paulistas desejavam expulsar os emboabas das minas de ouro.
Inconfidência Mineira:
- Local: Minas Gerais (1789-1792)
- Causas: derrama, que era a cobrança da coroa portuguesa sobre a população quando a meta de ouro anual não era atingida, além de crise econômica;
- Reivindicações: liberdade política, econômica, cultural e religiosa. Os inconfidentes desejavam que o Absolutismo terminasse e fosse proclamada uma República.
Revolta de Vila Rica ou de Felipe dos Santos:
- Local: Vila Rica, em Ouro Preto (1720);
- Causas: monopólio português, alta cobrança de tributos;
- Reivindicações: implantar o regime republicano.
Veja mais sobre as revoltas do Brasil Colônia em:
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